Todos vivemos, há poucos anos uma crise financeira que nos agastou e humilhou com a chamada TROIKA. A crise arrastou-se aos municípios, o que os obrigou a penosas curas de emagrecimento com o chamado PAEL.
Muita da divida era virtuosa e correspondia a investimentos úteis para aproveitamento das verbas comunitárias e para assegurar componentes de financiamento próprio em investimentos com preocupações no crescimento e na satisfação de necessidades de interesse de todos, enquanto comunidade.
O que temos assistido nos últimos três anos em Vila do Conde é alarmante e deverá fazer soar todas as sinetas.
Os meios financeiros do concelho estão a ser gastos em escala em despesas que politicamente devem ser questionadas. Alguns milhares de euros são gastos em almoços de algumas fatias da população e de classes profissionais, em passeios, em cantores (muitos e demasiado dispendiosos) e em escaparates festivos, como nunca se viu.
Os convívios de pés debaixo da mesa e de pés a saltitar em batida musical estão em destaque. Seletiva escolha, eleitoralmente rentável.
Só que há o outro lado: – Vila do Conde, no anuário financeiro dos municípios de 2023, ficou em 5º lugar dos que apresentam pior performance. 303 ficaram melhor classificados.
Isto deve preocupar-nos, e deve preocupar o PS local, distrital e nacional. A Assembleia Municipal também tem essa responsabilidade e não se vê nada. Sei que a sua liderança não é agora do PS, mas este, na sua bancada, tem quem tem obrigação (e o histórico) de o fazer.
O PSD está fofinho.
A NAU é mais agressiva e ativa, sobretudo nas redes sociais.
Não considero, como li, que exista uma campanha orquestrada. Há muitos que têm a mesma opinião e alguns são ex-apoiantes do atual presidente. Há gastos a mais em festas.
Começaram as ameaças de queixas judiciais, ‘anunciadas’ no JN pelo presidente da Câmara.
A questão não é o que se diz, mas como se diz.
Não vai ser o tribunal quem vai resolver isto. Parece que se escolheu um local substituto para as reuniões de câmara e da assembleia municipal.
Moderação, verdade e respeito, aconselha-se.
As redes sociais, local de expelir o fel para muitos, devem ser ponderadamente usadas.
Contudo, explicações são devidas e não devem ser imploradas, mas voluntárias e expeditas.
A política deve ser feita nos carris do respeito institucional e pessoal, para que não se transformem os responsáveis de más políticas em vítimas e se deixe de discutir o essencial.
Aqui fica, o meu contributo.
Bom Natal e um novo ano menos belicoso.
Publicado na última edição em papel do jornal . Outros autores de opiniões no mesmo número: João Paulo Meneses, Adelina Piloto, Gualter Sarmento e Carlos Real.
Pode recordar a 1.ª página aqui

