Trump ganhou. A economia é a mãe e o pai das escolhas. O bom senso, a democracia e os valores podem esperar, dizem-nos da terra do tio Sam. Aguarda-nos nos próximos anos um mundo de surpresas extremistas? Talvez não, pelo mesmo motivo: – A economia, falará mais alto. É essa a nossa esperança, num mundo dividido, com guerras e questões de ambiente que nos devem preocupar. Do lado de Trump, já sabemos: Perfurar, perfurar, perfurar. Petróleio, petróleo, petróleo. É a economia, pá…! Apertem o cinto… é voo livre.
Montenegro ganhou. Pelos últimos acontecimentos acabou o namoro com os portugueses (com os comentadores, ainda não). Começam as trapalhadas. Ministros remodeláveis, já conto três. Saúde, Administração Interna, e um potencial candidato à Câmara do Porto. Ou sobrará para Secretárias de Estado? Marcelo Rebelo de Sousa já o premiou, a pedido de várias famílias, com o habitual ‘doa a quem doer’. Acabaram as culpas do anterior governo, e acabou a folga financeira do anterior governo. Agora é a sério. As despesas estão a disparar segundo o Conselho das Finanças Públicas e os vários setores começam a escolher o caminho das ruas e das greves. Apertem o cinto, que vamos ter turbulência nesta viagem. É a economia, pá…mas por causa das regras europeias, não é voo livre.
Vitor Costa ganhou. Viagem com três anos. Tire um balancete. Cada um faz o seu. Factos são factos. Das 100 promessas eleitoriais – é só picá-las (estão na net) – muito poucoxinho. Não posso deixar de dizer que tem sido uma viagem alegre. É certo que alguns já abandonaram o avião, mas com centenas de milhares em festas, almoços e jantares, não deixa de haver alegria dentro da fuselagem. Para quem entrou a falar de buracos financeiros deixados – que foram desmentidos pela auditoria – esperava-se mais.
Pelo que fui lendo há novos empréstimos a médio e longo prazo de 8 milhões de euros (o último de 4,5 vem agora). Sei que não se ganham eleições apenas pelas obras, mas esta viagem mais parece um cruzeiro de férias, a crédito. As obras que se vão ver, serão, com pequena exceção, do Estado Central e da Santa Casa da Misericórdia e de poucas Juntas de Freguesia. A culpa é só do piloto/comandante? Não. Há algum PS que criticava Elisa Ferraz por ser festeira e permite um festim ainda mais abonado. Mas estas são contas de outras viagens. Já prescreveram politicamente. Por agora, não apertem o cinto, que não falta dinheiro e não dá jeito para dançar e cantar. Quando acabarem as férias pesem nisso. Perguntem a um canário ou ao rouxinol e certamente eles dirão: Nem tudo é economia…pá.
Publicado na última edição em papel. Outras opiniões: Elizabeth Real de Oliveira, Adelina Piloto, João Paulo Meneses, Gualter Sarmento e Carolina Vilano. Pode sar outros assuntos do seu jornal aqui

