Se a política portuguesa em termos de prestígio dos seus atores fosse um gráfico de linha, o episódio das reuniões entre o Ventura e o Montenegro teria gerado queda abrupta dessa linha. Aqueles dois políticos dificilmente se encontrarão a sós, para falar de algo. Enquanto não soubermos toda a verdade, o meu conselho é não comprar um carro usado a nenhum deles. Haverá um inocente sobre o que se passou em 5 reuniões? Eis a questão!
– Conversas privadas não se difundem, ó Ventura.
– Menorizações políticas em público quando houve 5 conversas privadas pelo meio, é risco negligente, ó Montenegro.
Se o PS não viabilizasse o orçamento era irresponsável, se o viabiliza uma semana depois de o conhecer, fá-lo tarde. Preso por ter cão e por não o ter. Tudo corre de feição para o governo que desde que tomou posse assoa no PS com cobras e lagartos. Montenegro foi salvo in extremis, pela invenção presidencial de que sem orçamento há eleições – onde raio leu Marcelo isso? Eis a questão!
– O governo mais à direita de sempre, depois de distribuir as bodas que Costa lhe deixou, tem caminho aberto, mas estreito. É tempo de deixar o tempo correr, com umas pinceladas na votação na especialidade do orçamento.
– Não auguro boas coisas, mas cá estaremos para ver.
Árvore a Vila, apoio. Os critérios são da lei e a iniciativa foi de quem foi, porque anda alguém distraído com festas. Atrasar o desfecho, só porque sim? Eis a questão!
– Uma povoação só pode ser elevada à categoria de vila quando conte com um número de eleitores, em aglomerado populacional contínuo, superior a 3000 e possua, pelo menos, metade dos seguintes equipamentos coletivos: a) Posto de assistência médica; b) Farmácia; c) Casa do Povo, dos Pescadores, de espetáculos, centro cultural ou outras coletividades; d) Transportes públicos coletivos; e) Estação dos CTT; f) Estabelecimentos comerciais e de hotelaria; g) Estabelecimento que ministre escolaridade obrigatória; h) Agência bancária.
– Está lá tudo. Venha a votação na AR, a festa e a responsabilidade política de apoiar e não ser contrapeso. Venha o planeamento com mochila financeira, porque não é só crescer, mas crescer o melhor possível.
Publicado na última edição em papel. Outras opiniões: Elizabeth Real de Oliveira, Adelina Piloto, João Paulo Meneses, Gualter Sarmento e Fátima Augusto.

