Tal como lhe contámos na edição em papel do seu jornal Terras do Ave, António da Silva Ramos acaba de lançar mais uma obra literária intitulada “Companhia de Ordenanças de Chave de Ferro”.
Logo na primeira página o escritor esclarece que esse curioso nome “Chave de Ferro, foi um antigo lugar” da freguesia arvorense onde, descobre-se nalgumas páginas mais adiante, “existiu uma unidade paramilitar” cuja vivência António da Silva Ramos procura resgatar “do esquecimento” já que, confessa, encontrou “matéria nova”.
A promessa de investir mais no tema tinha ficado pendente aquando da apresentação do livro anterior, denominado “Árvore Viva”, e que, tal como este, agrega crónicas que o escritor vai oferecendo ao mundo através do Facebook.
Desta vez, em quase meia-centena de páginas, fica-se a saber muito sobre a tal Companhia, os seus componentes (quantos vilacondenses não encontrarão ali referências a antepassados) e o lugar da freguesia que já esteve bem mais vivo na memória coletiva. Por exemplo, é lá que se situa o “Sinal de Árvore” ou o “Facho” que era aceso (pelos ordenanças, claro está) caso fosse detetados barcos de corsários em aproximação.
António da Silva Ramos teme que o peso do tempo acabe por enterrar a importância histórica do sítio e da companhia (apenas extinta nos primórdios do século XIX e, como pedrada no charco, propõe que o conteúdo do seu trabalho seja o “ponto de partida para a recriação histórica, em palco ou na rua, dos acontecimentos vividos ao tempo da Segunda Invasão Francesa, em especial no bloqueio, por três dias, da Ponta d’Ave, entre Bagunte e Macieira, de modo semelhante ao que é feito em muitas localidades do nosso país”.
Fica o desafio às Câmara Municipal, Juntas, escolas e outras instituições que podiam dessa forma transmitir mais e melhor ao povo a história do concelho.
Recorde-se que o autor em causa que nasceu em Árvore em 1938 e vive desde 1964 em Junqueira, Vila do Conde, tem mais três obras publicadas: “Alminhas e Nichos de São Simão da Junqueira”, “Tropas Napoleónicas em São Simão da Junqueira” (teatro histórico) e “Árvore Antiga – História Local (Séculos VIII e XIX)”.


