Depois das eleições legislativas e das europeias alguns agentes políticos e comentadores imaginam “mensagens” coletivas dos portugueses com os resultados eleitoriais. Dizem: – Os portugueses querem estabilidade, querem que se dialogue, querem que não os incomodem com mais eleições…blá, blá, blá…

Os portugueses que votam, digo eu!

Outros, mais preguiçosos para a democracia que levam aos mais de 60% de abstenção, nada disseram e não se pode inventar sobre o que quereriam dizer, mesmo quando querem o céu e a terra…e se possível o mar e as nuvens brancas da democracia, só saberemos o que os abstencionistas quereriam se fossem votar. Há abstencionistas com explicação plausível. Outros, nem por isso.

Não há mensagens coletivas implícitas, deixem-se de inventar. Cada voto é um voto. E só contam os que caiem na urna. O resto é da lei e das decisões políticas de cada momento e de cada protagonista, que o diga Marcelo Rebelo de Sousa que estrilhaçou uma maioria e agora quer segurar uma minoria não dialogante.

Em Vila do Conde a AD ganhou ambas as eleições e o PSD local veio lembrá-lo com regozijo, suspirando pelo mesmo resultado nas próximas autárquicas. A velocidade a que pretendem associar-se com o fito nas próximas as autárquicas, tem sido contrariada pela inércia do seu trabalho na oposição. Inexistem como oposição, deixaram esse papel à escassa réstia que ainda une a NAU. Talvez, digo eu, por o PSD local estar no real poder, sem o ser pelo voto.

O novo PS local lá se vai personificando na liderança, em festas e jantares poderosos, apesar de aqui e ali se ir deslaçando em significativa fileira de desiludidos e sem capacidade para unir.  É, contudo, candeia que vai à frente, sem obra, mas com muito flash.

Será desta que o multipartidarismo se vai fazer sentir em Vila do Conde e mudar equilíbrios?

Publicado no jornal a 26 de junho. Outras opiniões: Gualter Sarmento, Adelina Piloto, João Paulo Meneses e Carlos Real. 

 

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