Opinião de Abel Maia

O Centro Cívico das Caxinas está pronto. Os jovens e os menos jovens, as associações desportivas, sociais e culturais podem agora contar com outro espaço de qualidade que será, certamente, polo aglutinador social muito útil. O meu, o nosso, regozijo. Foi a opção e obra de Elisa Ferraz, ainda socialista, que depois continou a decisão como NAU, e que alterou o destino pensado para o terreno adquirido pela câmara municipal por intervenção influente de Mário Almeida. Lembro-me de, com o objetivo de fazer ali uma piscina, habitações e um pequeno nicho industrial, ir por duas vezes a Lisboa, ao gabinte do arquitecto Carrilho da Graça, para discutir o projeto que nos foi entregue completo, e que depois aguardou o financiamento que os sucessivos governos não cumpriram, apesar dos protocolos, ficando expectante até deitarem fora a chave da gaveta.

Foram opções políticas diferentes que se respeitam. No interesse de Vila do Conde aplaudo a obra feita. Um bem coletivo precioso, como seria o projeto abandonado. Vila do Conde precisa desses espaços. Parabéns a todos os que contribuíram.

O que me incomoda neste assunto, depois da obra pronta, é a tendência para nivelar por baixo as atitudes dos responsáveis. Abrir o espaço ao público sem o inaugurar como merecido e convidar especialmente Elisa Ferraz e os seus vereadores que deram o seu contributo direto, dando-lhes o respeito e o agradecimento público devidos é nivelar a política por baixo. Depois queixem-se dos populistas… Quando os políticos não conseguem perceber que se devem respeitar e valorizar em democracia e saber conviver com urbanidade, dão um contributo negativo. Pensei que quem apareceu a dizer que ía fazer política de outro modo, o fizesse.

Pelos vistos não. A elevação não aconteceu. Já haviamos visto isto quando não convidaram especialmente Mário Almeida e António Castro para os 10 anos da ponte sobre o rio ave, em Retorta.

Uma nota: Parabéns à AD, ganhou. Poucochinho, mas o suficiente. O PS, em quem votei, é oposição. O populismo subiu e o perigo para a degradação da elevação na política aumentou. Nívela-se por baixo nos 50 anos da democracia. Vai ser uma gritaria na casa da democracia.

Vem aí a data maior da liberdade.

Um cravo na lapela.

Publicado no jornal a 3 de abril. Outras opiniões: Gualter Sarmento, Adelina Piloto, João Paulo Meneses e Carolina Vilano. Na atual edição em papel: R. Cunha Reis, Miguel Torres, Elizabeth Real de Oliveira, Pedro Pereira da Silva, João Paulo Meneses e Marta Ramos.

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