
Opinião de Elizabeth Real de Oliveira
O resultado eleitoral do passado dia 10 de março mostrou um estrondoso cartão vermelho à maioria absoluta do PS, mas também ao governo da geringonça pelo castigo dado aos partidos que a formaram. O único partido à esquerda que foi poupado foi o Livre, que também foi o único que não fez parte da geringonça, por ter falhado a eleição de deputados na altura. Mas a memória é curta e em alguns casos até toldada por uma cegueira ideológica, pelo que, desde dia 10 fomos brindados com pedidos de uma nova geringonça à esquerda e até uma proposta de uma moção de rejeição de um governo que nem sequer ainda entrou em funções. Enfim, discursos de um autismo atroz de quem não respeita o resultado das eleições e da vontade livre e esclarecida do povo Português.
Ainda sobre os resultados, gostaria de retirar duas lições, uma nacional, sobre o que representa esta viragem à direita; e outra local, sobre como irá reagir a autarquia a uma mudança a que não estava habituada, isto é, perder em Vila do Conde. Tanto a nível nacional, como local, os eleitores disseram CHEGA! Poderia ter escrito basta, mas penso fazer mais sentido esta abordagem mais literal do termo associando-o ao partido sensação do momento. Os Portugueses estão cansados de políticas mansas e do “poucochinho” para recuperar uma expressão do primeiro ministro (ainda em funções), ou a sensação do “nem tudo correu mal”.
E sobre Vila do Conde? O Pedro Nuno Santos “arruou” nas Caxinas, mas nem por isso convenceu. E esta é uma lição de humildade que deve ser entendida pelo atual poder autárquico. Os Vilacondenses querem um projeto para Vila do Conde e querem mais do que cumprir os mínimos. O futuro implica uma visão, onde o crescimento económico local, alicerçado nas empresas esteja associado à retenção e atração de residentes e seja-o feito de uma forma sustentada. Os Vilacondenses estão a acordar para uma nova realidade e já não vêm o futuro cor-de-rosa.
Publicado no jornal a 20 de março. Outras opiniões: Miguel Torres, João Paulo Meneses, Carlos Real, R. Cunha Reis e Pedro Pereira da Silva. Na atual edição em papel: Abel Maia, Gualter Sarmento, Adelina Piloto, João Paulo Meneses e Carolina Vilano.

