A partir de amanhã, 16 de dezembro, vão mudar as regras de atendimento no Serviço de Urgência (SU) do  Centro Hospitalar Póvoa de Varzim / Vila do Conde (CHPVVC) deixando de ser atendidos os utentes triados com cor “azul” ou “verde” (menos graves) desde que “seja garantido o seu encaminhamento para os CSP [Cuidados de Saúde Primário] ou para consulta/hospital de dia do CHPVVC, através de efetivo agendamento de consulta para o próprio dia ou para o dia seguinte”.

É uma das principais consequências da entrada em vigor da 2.ª fase do projeto “Ligue antes, salve vidas” cujas “condições de implementação” estão definidas numa portaria do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, publicada esta 6.ªfeira no Diário da República, que justifica a medida com o facto de continuar “a verificar -se o recurso ao SU, por autorreferenciação, por parte significativa de utentes com pouca gravidade clínica”.

No documento estão também definidas as exceções à recusa e dizem respeito a ”utentes acamados ou em cadeira de rodas, sem possibilidade de mobilização por meios próprios”, “vítimas de trauma”, “utentes com situações agudas, do foro psiquiátrico, obstétricas ou outro, desde que necessitem de tratamento urgente e inadiável; com “idade maior ou igual a 70 anos”; “acompanhados por forças de segurança” ou “com indicação de perícia médico -legal”.

E ainda os ”orientados” pelos “fluxogramas de triagem” com casos de “agressão; doenças sexualmente transmissíveis; embriaguez aparente; exposição a químicos; feridas; gravidez; hemorragia gastrointestinal; hemorragia vaginal; infeções locais e abcessos; problemas oftalmológicos; queda; queimaduras profundas e superficiais; sobredosagem e envenenamento; traumatismo cranioencefálico; convulsões” e “corpo estranho”.

A assistência tem também de ser prestada na Urgência a portadores de “doença oncológica ativa; doença cursando com imunossupressão; doença renal crónica e doença arterial periférica”.

O serviço administrativo do SU deve igualmente disponibilizar um telefone para que, não o tendo feito previamente,  faça a chamada para a linha SNS 24 (808242424) “para efeitos de correta referenciação”. Esta também pode ser feita pelo CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica), pelos CSP,por outra instituição de saúde ou por “profissional de saúde médico, com informação clínica assinada”.

A portaria deixa, todavia, claro que da sua aplicação “não pode resultar falta de resposta em saúde no SNS ajustada à condição clínica do utente, devendo ser garantida a triagem nos termos previstos, bem como aconselhamento e encaminhamento adequados aos utentes e seus acompanhantes”.

A 2.ª fase vai estar em monitorização, pelo SNS, durante três meses.

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