Na zona em que vivo festeja-se o Diwali e cumpre-se o Ramadão, existem restaurantes com uma boa escolha de pratos de caril e pessoas a jogar cricket no jardim.
Isso torna a minha vida pior?
Não! Fogo de artifício de borla, boa comida e desportos diferentes ao vivo? É a beleza da diversidade.
Não sei quantas nacionalidades há na minha rua, mas tenho a certeza que todos os continentes estão representados. Portugal, Nova Zelândia, Índia, Maurícias, Brasil e não esquecendo que a grande maioria é britânica. É uma rua como muitas outras em Cambridge.
Os vizinhos que me têm dado mais problemas até são ingleses.
Um deles não tem uma mão e, certamente, vive com apoios sociais dados a portadores de deficiência. Há uns tempos começou a alegar que o meu falecido gato usava o seu quintal para satisfazer necessidades fisiológicas, e um dia bateu à porta de minha casa aos berros com um saco de fezes na sua única mão. Fiquei com uma dúvida e uma certeza nesse dia: a dúvida sobre como ele fez para bater à porta e segurar um saco de fezes ao mesmo tempo e a certeza que os ingleses também podem ser bastante mal-criados.
Mas não é justo generalizar este comportamento a todas as pessoas sem um braço. Nem todos assim vivem à custa de subsídios e aposto que alguns dão uma mãozinha quando a sociedade precisa. Nem todos são daqueles que quando alguém dá um dedo querem logo o braço todo. E não desejo a ninguém que vá para o Maneta, que deve ser a terra deles.
Em relação ao outro vizinho, estamos a falar de alguém que tem um carro rebaixado. Nada contra quem faz tuning, até já tive um amigo que fazia, mas acho que esta gente que acelera em zonas habitacionais devia era mas ir para a sua terra (imagino que seja Rebordosa ou algo do género). Sou muito tolerante, mas esta comunidade também exagera.
Este artigo está na última edição em papel do seu jornal Terras do Ave (veja aqui)
Outros autores de opinião na edição: Romeu Cunha Reis, João Paulo Meneses, Adelina Piloto, Cristina Augusto e Marta Corrêa Pacheco.
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