Durante a campanha eleitoral muito se falou das assimetrias entre a cidade e as freguesias e da maneira como cada Junta é condicionada, recebendo a conta-gotas verbas municipais. Até agora, cada uma delas foi tentando recolher a parte mais simpática do quinhão, mas com a Lei da Transferência de Competências na Ordem do Dia, deveriam unir-se. Porque responderiam eficazmente aos novos desafios e aumentariam o poder reivindicativo no que respeita ao reforço dos recursos técnicos e financeiros imprescindíveis para enfrentar as novas competências assumidas.
Seria, por isso, muito vantajoso que as freguesias do concelho se associassem à semelhança do que acontece a nível nacional com a ANAFRE (Associação Nacional de Freguesias).
Efectivamente, problemas como a rede viária municipal, transportes colectivos que respondam às necessidades dos moradores de todas as freguesias, a Ecovia do Ave, a defesa do património municipal nas diversas vertentes e a realização de eventos desportivos e culturais inter-freguesias são algumas das áreas onde esta estrutura poderia ter uma acção essencial.
Mas também em questões de âmbito nacional ou municipal como a Saúde, a Habitação, a Educação, o Bem-Estar Animal e o Ambiente, caberia a este organismo representar e defender as freguesias perante os órgãos municipais e nacionais patenteando um peso institucional que actualmente não tem paralelo e que as libertaria do garrote e da dependência do Executivo Municipal que, indubitavelmente, as subalterniza.
A acrescentar a tudo isto, as sinergias daí resultantes representariam uma considerável poupança dos parcos recursos financeiros das freguesias por permitirem repartir em conjunto o que até agora é suportado por cada uma, nomeadamente a realização de estudos e projetos sobre relevantes assuntos comuns, os custos de serviços de seguradoras, consultoria e assessoria técnico-jurídica e o desenvolvimento de acções de informação e formação aos eleitos locais, entre outros.
Acredito, por isso, que da criação de uma Associação Concelhia das Freguesias, devidamente estruturada em órgãos com competências próprias, resultaria a promoção, a defesa e a dignificação do Poder Local em geral e das freguesias vilacondenses em especial.
Este artigo está na última edição em papel do seu jornal Terras do Ave e que já encontra à venda nas bancas.
Outros autores de opinião no mesmo número : Abel Maia, João Paulo Meneses, Francisco Mesquita, Pedro Pereira da Silva e Carolina Vilano.
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