O partido da extrema-direita mentiu novamente. Digo novamente porque já são inúmeras as declarações ou publicações falsas promovidas por essa força política que imediatamente são desmentidas. Quando não é pelo Polígrafo, a realidade encarrega-se disso. Porém, esta última ganhou um eco diferente pelo absurdo que encerra.
Na verdade, Portugal teve a honra de ser o País convidado de um evento em homenagem aos cidadãos alemães que, pela sua acção, contribuem para o fortalecimento da sociedade civil. Uma realização que requer a presença do Presidente da República Portuguesa e constitui uma excelente oportunidade para a delegação nacional promover o nosso país junto da comunidade local expondo os êxitos desportivos, realizações culturais, oportunidades comerciais, tradições gastronómicas, sucessos científicos entre outros. Esta iniciativa é organizada pelo Presidente da Alemanha, decorre nos jardins da sua residência oficial e tem nome. Chama-se Bürgerfest.
E foi este nome que baralhou as cabecinhas daquela amálgama de gente amontoada na ponta direita da Assembleia da República. A Festa do Cidadão, percebida correctamente por todos os outros grupos parlamentares, foi entendida como festival dos hambúrgueres pelos fascistas e, vai daí, votaram contra a deslocação do PR. Citando o seu líder, digam lá quão ridículo e quão estúpido isto é. Efectivamente, é muito!
Mas, também é muito preocupante. Deveria ser alvo da reflexão do eleitorado nomeadamente daqueles que lhes confiaram o voto. Como é possível que 60 deputados estejam a votar leis, propostas e resoluções sem que façam a mínima ideia do que está a ser decidido? O dinheiro dos nossos impostos garante o seu salário e o mínimo que lhes devemos exigir é que sejam honestos e competentes. E têm demonstrado que não são nem uma coisa nem outra.
Eles conhecem a sua falta de capacidade e credibilidade e, por isso, são os únicos nestas eleições autárquicas que, em todo o país, colam a cara do cabecilha à do candidato local. Não percebendo que recorrendo ao colo do chefe, é o próprio partido a relegar para segundo plano a pessoa que candidata e a atestar a sua insuficiência. Independentemente da boa-fé e mérito que este possa ter.
E pensar que quase milhão e meio de portugueses votaram nisto…
Este artigo está na última edição em papel do seu jornal Terras do Ave (veja aqui) )
Outros autores de opinião: João Paulo Meneses, Abel Maia, Pedro Pereira da Silva, Miguel Larangeira e Sara Padre.
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