Vítor Costa apresentou ontem, num comício na Praça Vasco da Gama, a sua recandidatura à presidência da Câmara de Vila do Conde.
O cabeça-de-lista do Partido Socialista foi o único orador da noite, anunciando para breve a realização de uma segunda sessão para a apresentação dos candidatos à assembleia municipal cuja lista terá no topo Amândio Couteiro.
Desta feita, porém, a intervenção ficou reservada exclusivamente a Vítor Costa e só, no final, puderam subir ao palco os candidatos à vereação (não justificou as saídas e as entradas), à junta de freguesia e a família mais chegada do candidato (filho e esposa).
Em termos programáticos, o socialista enumerou promessas supostamente cumpridas (por exemplo, a redução de “35 por cento” preço da água, o investimento de “25 milhões de euros na Educação, a requalificação dos centros de saúde e construção da USF nas Caxinas, a edificação das instalações da PSP, a conquista do polo Norte do Centro de Estudos Judiciários e o investimento no património e cultura).
Num segundo momento anunciou, como “compromissos” para um eventual segundo mandato, a construção da ponte sobre o rio Ave (encostada à do Metro) – “se o Governo da República se esquecer de Vila do Conde, vamos nós, Câmara, assumir e construir”, esclareceu – a criação de mais 800 lugares em creches (em parceria com Instituições Particulares de Solidariedade Social ou de própria iniciativa municipal), prosseguir com investimentos na habitação, instalação de saneamento básico, melhoria da rede viária, entre várias outras promessas já conhecidas.
Uma das novidades da noite foi a intenção de Vítor Costa em, caso triunfe (de que diz sentir seguro que vai acontecer embora não tenha falado dobre a oposição) candidatar o Centro Histórico de Vila do Conde a Património da Humanidade.
À margem do conteúdo discursivo, foi notório que a sessão foi meticulosa preparada do ponto de vista cénico para entusiasmar os presentes e alimentar as redes sociais.
Houve a distribuição farta de meios de propaganda a partir de carrinhas (clássicas) estacionadas na rua da Igreja, a movimentação estratégica de grupos de jovens (quase sempre a rodear o candidato e a gritar palavras de ordem), a existência de vários pontos de filmagem (incluindo o inevitável “drone”) e Vítor Costa deambulou pelo palco, de mangas arregaças, sem gravata e púlpito.
A cor azul predominou assim como o logótipo “VC” quase absorvendo, no tamanho e no destaque, o do Partido Socialista. Aliás, do palco não surgiram referências verbais ao PS, com exceção de um fugaz agradecimento de Vítor Costa ao presidente da federação, Nuno Araújo, pela sua presença na sessão.
O candidato (que é também líder local do PS) não falou do partido e a “speaker” restringiu os pedidos ao público de gritos de apoio a Vítor Costa.
Só dois grupos de mulheres, no final, junto ao palco, entoaram o tradicional “PS, PS, PS”, mas o grito não se propagou à plateia onde também não se viram bandeiras com o punho cerrado.
Foi, pois, mais uma iniciativa política local onde os símbolos partidários passaram para segundo plano, atrás do nome de quem encabeça a lista.
E nem de propósito, para fechar, já com a morrinha a refrescar a noite, ouviu-se um hino criado especificamente para a candidatura de Vítor Costa.
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