Foi perante uma numerosa plateia, no topo nascente dos jardins do Centro de Memória, que a coligação PSD-CDS deu a conhecer os seus candidatos às próximas eleições autárquicas em Vila do Conde entre os quais Luísa Maia concorrente à presidência da Câmara e, também por isso, em plano de destaque na sessão.
No seu discurso, a candidata estabeleceu como prioridades, caso seja eleita, “tratar da mobilidade” avaliando o “impacto de uma ponte[sobre o rio Ave] e de um túnel pela A28”, rever as posturas de trânsito, tornar os transportes públicos mais eficientes e resolver a falta de estacionamento (com a criação de parques ou otimizando os existentes). Em todo caso, será feita uma “auscultação popular” para a elaboração de um plano de mobilidade, nos primeiros 90 dias de mandato.
A “segunda prioridade” será concretizar o conceito de “Concelho a Cinco Quilómetros”, ou seja, haver serviços essenciais para todos no máximo a essa distância, designadamente através da descentralização de competências camarárias. A revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) terá de avançar, prometeu, já que, como está, sem ser mexido desde 1995, só “favorece o amiguismo”.
A terceira intenção é “aliviar a carga fiscal” – derrama e devolução do IRS -, mas de forma “gradual” ao longo do mandato para não complicar as contas públicas.
O quarto desígnio terá a ver com o desenvolvimento turístico defesa do património, tendo Luísa Maia manifestado a ambição de candidatar Vila do Conde a Capital Europeia da Cultura.
Em relação ao Ambiente a estratégia passa por pugnar pela despoluição do rio Ave e defender a Paisagem Protegida e Reserva Ornitológica de Mindelo.
Na sessão intervieram também elementos da candidatura e convidados que tecerem rasgados elogios a Luísa Maia e manifestaram confiança na vitória em 12 de outro.
Além disso e em síntese, José Santos Cruz, mandatário começou por estabelecer que a candidatura “não é construída contra ninguém”, mas “de proximidade” para com os vilacondenses.
Álvaro Castelo Branco, presidente da distrital do Porto do CDS disse que “o papel” do seu partido na coligação é o de “garantir estabilidade” aos olhos dos eleitores, tal como sucede no entendimento que governa o país.
Pedro Duarte, líder da distrital do PSD, considerou que os vilacondenses têm, com a candidatura de Luísa Maia. uma “oportunidade” de tirar Vila do Conde “do marasmo e de dar o salto em frente” no desenvolvimento.
Hugo Soares, secretário geral do PSD e líder do grupo parlamentar fez um apelo ao voto útil, sustentando que, num cenário de bipolarização como o que se adivinha em Vila do Conde (só PSD-CDS e PS têm oportunidade de ganhar) a opção, por exemplo, por Chega, Bloco de Esquerda ou PCP significa “desperdiçar votos”.
Logo a seguir, Miguel Paiva, candidato da coligação à presidência da Assembleia Municipal “piscou olho” ao eleitorado da NAU (movimento que Elisa Ferraz fundou e cuja extinção já anunciou, mas que no escrutínio de 2021 foi a segunda força política mais votada) elogiando o “rigor financeiro” com que a anterior presidente da câmara governou a câmara – “somos um partido que gostamos de contas certas”, disse – e também o facto da autarca ter demonstrado uma “visão una e equilibrada” do desenvolvimento concelhio.
Defendendo, tal como Hugo Soares, que “só há duas possibilidades: ou ganham eles [PS] ou ganhamos nós”, Miguel Paiva aproveitou também para, num recado interno, justificar a sua incorporação nas listas como um sinal “para os que têm dúvidas, que o PSD está completo, coeso e unido” em torno da candidatura de Luísa Maia.
Foram apresentados os candidatos às juntas, que já tinham sido anunciados: Rui Saavedra (Vila do Conde), Eduarda Curval (Junqueira), António Silva (Azurara), Rui Costa (Canidelo), Fernando Soares (Árvore), Inês Faria ( União Touguinha e Touguinhó), Henrique Oliveira (Fornelo), Domingos Costa (Rio Mau), Epifânio Vinhas (Vairão), Jorge Nunes (Fajozes), Maria Helena Marques (Labruge), Paula Benilde (Guilhabreu), Rogério Ferreira (Bagunte). Mas também foi dado a conhecer Bruno Silva, como a aposta para Gião.
Não foi explicado aos presentes o que a coligação pretende fazer nas restantes freguesias, mas sabe-se que, como no passado há candidaturas independentes que poderão granjear o apoio do PSD-CDS.
As notícias sobre Política integram a edição em papel do Terras do Ave como a que já está nas bancas (veja aqui).
Adquirir um exemplar (um euro) é uma das formas que tem para ajudar o seu jornal, que não possui quaisquer apoios ou publicidade institucionais, a prosseguir a sua missão.



