- Na mesma edição em que assinalava a boa notícia dada pela Presidente do Rio Ave FC de que a equipa jogará em Vila do Conde na próxima época, o nosso colega de jornal Abel Maia escrevia isto: “noutros tempos os sócios já teriam sido chamados a debater a questão das obras necessárias por causa da tempestade Martinho. Agora pouco sabemos, tudo é segredo. Bom, manda quem pode. Viva o Rio Ave FC”. Excelente alerta deste sócio e antigo dirigente do clube, já que o estádio é propriedade do Rio Ave e os sócios deveriam ser chamados a pronunciar-se sobre o que será feito. No mínimo, chamados para serem informados. Haverá Assembleia Geral Ordinária em junho, mas é altamente provável que nessa altura as obras já tenham começado e, mais importante, o projeto esteja traçado – caso contrário, como estará tudo pronto no final de julho, para a vistoria da Liga? Dir-se-á, mais uma vez, que não há tempo. Não há tempo para perder com assembleias extraordinárias, como não houve tempo para informar os sócios antes da Assembleia que ditou a venda do clube ao investidor Marinakis. É um argumento que não aceito. A própria questão de marcar ou não uma assembleia poderia ser ultrapassada com uma sessão de esclarecimento, o mínimo dos mínimos. Diz-se que a intenção é acabar com a falsa ‘pista de atletismo’ (criada apenas para receber um subsídio em 1984) e aproximar o relvado dos adeptos. À partida parece-me uma excelente ideia. Mas, mais uma vez, devíamos ser informados disso e de outras alterações que vão acontecer.
- Faz agora um ano e meio que a SAD foi criada e de imediato vendida a Marinakis. A SAD salvou o clube da falência, mas transformou o Rio Ave numa agência de viagens (sem Vítor Gomes, o jogador com mais tempo de clube tem pouco mais de um ano…). Isto provoca inevitavelmente um afastamento e um desinteresse. Certamente todos ouvimos alguém nosso conhecido dizer que agora já não se revê no Rio Ave. Não é o meu caso, mas compreendo. Da SAD temos e continuaremos a ter o mínimo de informação (um dos administradores foi destituído e a SAD nada informou até hoje), mas o clube, nesses casos, tem de ser o contraponto. Não pode ser como a SAD que está em Atenas e não quer saber. Não quero que o clube seja inimigo da SAD e desejo que tudo corra bem. Mas o exemplo descrito no ponto anterior é um mau exemplo.
- O campeonato acabou há duas semanas e o futebol foi para férias. Em sentido literal e figurado. Não há treinador, não há diretor desportivo, não há compras, dispensas ou vendas. Há especulações na imprensa, muitas vezes alimentadas pelos empresários, e mais nada. Já agora, relativamente ao treinador, no atual contexto, parece-me fazer sentido que seja aquele que venceu para o Olympiakos a Youth League e que na época passada foi um dos adjuntos do treinador principal do campeão grego. Se calhar vou-me arrepender de dizer isto, mas pelo menos haverá coerência entre os objetivos da SAD e os do míster…
- Este artigo está na edição em papel do seu jornal Terras do Ave que já encontra nas bancas (veja aqui a 1.ª página). Outras opiniões são assinadas por Romeu Cunha Reis, Miguel Torres, Rui Saavedra, Elizabeth Real de Oliveira, Marta Calado e Carolina Vilano.

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