Amanhã é dia do ciclo “Villa Organi” -II Ciclo de Órgão de Tubos que a Santa Casa está a oferecer a Vila do Conde.

E contamos isso já hoje porque a sessão, na Igreja da Misericórdia, desta sexta-feira será num horário diferente – às 10h30- e direcionada para um público especifico,  as crianças.

Com estas indicações pode preparar mais atempadamente uma presença na sessão (gratuita, como sempre), que terá música de órgão, claro, mas também com uma surpresa: narradora que fará a interação necessária com os petizes.

Recordamos em seguida um trecho da entrevista do diretor do Ciclo, André Bandeira, ao jornal Terras do Ave (ver edição de 30 de abril) em que mencionamos esta sesssão em particular.

No dia 23, o concerto será às 10h30 e chama-se “A Harmonia na Quinta” e será interpretado por Inês Machado (órgão) que terá a narração de Céu Maia. É um concerto para crianças. Eis uma inovação. 

Aparece nesta segunda edição e é uma busca de novos públicos e concretamente das crianças. Inês Machado é uma organista profissional que tem direcionado muita da sua atividade para a apresentação do órgão no mundo das crianças.  Ela cria fábulas com várias personagens em que o órgão é a principal. Algo que também já passou para livros. Este concerto terá uma história em que o órgão possui “a fala” principal de uma quinta em que várias personagens se juntam numa harmonia.

 

E com uma narradora?

Porque normalmente os órgãos estão longe do público, nos coros altos das Igrejas. E a Inês vai estar a tocar lá. E cá em baixo, junto às crianças, tem de estar a narradora. Isto apesar de todos os concertos do “Vila Organi” terem transmissão em dois écrans grandes, colocados ao nível do chão, das imagens captadas por câmaras junto ao órgão no coro alto. O público pode assim ver o que está a ser feito, como se estivesse junto do instrumento. Isso vai particularmente importante neste concerto para as crianças puderem acompanhar a interpretação da Inês. A par disso, quando a história acabar, as crianças vão ser divididas em pequenos grupos e ver como o órgão funciona e até experimentá-lo.

 

Promete ser fascinante para os mais novos presentes.

E muito relevante. Sou professor no Conservatório Música do Porto e organista titular de um dos órgãos mais importantes portugueses, que é o grande órgão sinfónico da Igreja de Cedofeita, no Porto. Faço por isso muitas visitas e fico sempre impressionado com o fascínio das crianças com o órgão de tubos. Desde logo pela sua dimensão e pelo facto de ser o único instrumento capaz de reproduzir imensos de timbres diferentes. É como se dentro dele houvesse dezenas de instrumentos e o Mozart até o chamava de “o rei dos instrumentos”. O que é extremamente necessário – e esta iniciativa vai nesse sentido – é levar as crianças até lá, já que a grande desvantagem do órgão é ser fixo.

A Cultura faz sempre parte da edição em papel do seu jornal Terras do Ave (veja a 1.ª página aqui)

 

Array