Quando se atribui um nome a um determinado espaço geográfico, esse local individualiza-se e assume-se como um ponto de referência espacial importante para a comunidade onde está inserido. Simultaneamente essa artéria ou equipamento simboliza a celebração de um acontecimento ou personalidade a quem se reconhece valia ou gratidão.
Numa lista de agraciados, poderemos encontrar profissões, revoluções, batalhas, personalidades eclesiásticas, cientistas, pintores, escultores, poetas, beneméritos, políticos, desportistas e um batalhão de relevantes feitos ou pessoas que, indubitavelmente, serão merecedores dessa honraria. No fundo, é sempre sobre pessoas porque também esses eventos ocorreram pela mão de mulheres e homens que os pensaram, planearam e realizaram.
Em quase todos, senão em todos, há um denominador comum. Uma mãe a amá-los, acompanhá-los e incentivá-los. Ou será que sem o carinho, amor e estímulo da mãe biológica ou afectiva, os homenageados alcançariam a mesma genialidade e o mesmo sucesso? Inclino-me para responder que não ou, pelo menos, que talvez não. E incluo, ainda, os cidadãos comuns que intervêm cívica, solidária e altruisticamente em prol da comunidade, fazendo do Mundo um sítio melhor, e que trazem na sua atitude o exemplo positivo das suas mães.
Porém, delas “não reza a História”.
Injustamente!
E, por isso, sugiro que passe a “rezar”. Na aproximação do Dia da Mãe, apelo à reflexão sobre o seu insubstituível papel em cada um de nós e a oportunidade de se consagrar, na toponímia vilacondense, o seu valoroso papel. Muitos de nós tatuaram no próprio corpo o amor materno. É tempo de “tatuarmos” esse amor na cidade onde nascemos.
Inegavelmente que são merecedoras de ver o seu nome na placa da maior avenida da cidade, mas creio que por ser maior não será melhor. Um Largo tem todas as casas debruçadas sobre ele e, por isso, quem nele cresce e brinca pode sentir, como em nenhum outro espaço, a protecção, o olhar, o cuidado e a vigília da sua e das outras mães. Para uma criança, um Largo tem algo de maternal. Acolhe-a e abraça-a tal como uma mãe carinhosamente o faz.Por isso, que tal passarmos a chamar a um dos Largos da cidade o “Largo das Nossas Mães”?
Este artigo está na última edição em papel do seu jornal Terras do Ave (veja 1.ª página página aqui).Outros autores de opinião: Abel Maia, João Paulo Meneses, Adelina Piloto, Pedro Pereira da Silva e Carolina Vilano
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