1. Na crónica do último jornal dei comigo a deixar para o fim aquilo que deveria ser o mais importante, a parte desportiva. O Rio Ave vinha somando derrotas e, mais do que isso, exibições realmente muito fracas. Isso foi ainda mais visível na semana passada, frente ao Boavista, uma equipa que «não ganha a ninguém», mas que nos venceu por 2-0 no ‘nosso’ novo estádio. Eis se não quando, e contra as expetativas gerais, o Rio Ave vai a Moreira de Cónegos, no passado domingo, e venceu também por 2-0. Se o jogo com o Boavista é relativamente fácil de explicar (tudo correu mal, como no autogolo, associado a mais uma exibição sem chama, dormente, com muito pouca atitude), a vitória frente ao Moreirense não é tão fácil de perceber: depois de uma primeira parte, ao nível do que têm sido as últimas exibições, o Rio Ave conseguiu o primeiro lance de perigo aos 61 minutos. Só que a partir (aproveitando alguma falta de concentração do adversário?), a nossa equipa soube não só manter a vantagem como até ampliá-la. Teve sorte, vamos assumir, mas também algum mérito. O empate não seria disparatado, mas o Rio Ave marcou dois golos contra nenhum da outra equipa.
  2. Acredito que todos, sem exceção, estão mortinhos que esta época acabe. Até lá ainda será necessário, penso, fazer mais dois ou três pontos. Não que eu seja um grande matemático, mas sim porque, nesta altura, ninguém pode afirmar quantos serão suficientes e porque, na última época em que descemos, fizemos 34, fomos ao play-off e aí sabe-se o que aconteceu e o que tem acontecido em geral (as equipas mais fortes perdem para os que vêm de baixo). Faltam seis jogos e tudo pode ficar resolvido já esta sexta, quando Paços de Ferreira voltar a receber o Rio Ave para defrontar o Santa Clara. Tenho a esperança de que, quando a manutenção estiver garantida, haverá um plano bem feito de preparação para nova época, com dispensa e contratação de novos jogadores e com um treinador que esteja sintonizado com as necessidades da equipa (e as exigências do investidor). Se não remarem todos para o mesmo lado… Ou seja, estou também a dizer que não acredito que Petit continue.
  3. A administração da SAD do Rio Ave tem quatro elementos, dois por nomeação do investidor e dois em representação do Clube. Tenho a certeza de que todos querem(os) que tudo corra bem. Mas vamos imaginar o seguinte (que nem sequer é original, no futebol português ou europeu): os dois administradores que representam o Rio Ave entendem, após um acumular de situações, que os interesses coletivos não estão a ser bem protegidos por algumas decisões do investidor. O que devem fazer? Em primeiro lugar, expressá-lo nas reuniões da Administração. E se isso não for suficiente, porque nada conseguem mudar? Então, devem dizê-lo aos sócios que os elegeram e que eles representam. Não basta vir dizer depois que não concordavam. Já tivemos um exemplo parecido com o último mandato de António Silva Campos e os resultados que todos conhecemos desse silêncio.
  4. Este artigo está na última edição em papel do seu jornal Terras do Ave (veja 1.ª página página aqui).Outros autores de opinião: Abel Maia, Gualter Sarmento, Pedro Pereira da Silva, Adelina Piloto e Carolina Vilano 
Array