Morreu Fernando Gomes, ex-trabalhador da Fábrica de Mindelo e um dos principais rostos da luta dos funcionários pela obtenção dos seus direitos laborais e financeiros quando a têxtil decretou falência em 1994.
Na altura do encerramento, a Sociedade Industrial do Mindelo possuía 460 empregados.
Durante anos a fio, o agora falecido foi mantendo sempre à tona a causa dos despedidos sem compensações.
Apesar de ser um homem simples, com a sua persistência incessante conseguiu manter interessada a comunicação social (a local e a nacional, especialmente a televisiva), reclamar maior rapidez aos tribunais e mobilizar os afetados para uma caminhada judicial que foi tortuosa e longa.
De facto, só ao fim de 16 anos, em 2010, e após um braço de ferro com a banca, é que os despedidos conseguiram obter parte das indemnizações que foram sucessivamente reclamando.
Citando Fátima Costa, uma das ex-trabalhadores em declarações ao jornal Público nesse momento, Fernando Gomes “foi o herói que conseguiu salvar toda a gente, não puxou a brasa só para sua sardinha mas para a de todos”.
Nesse combate contou sempre, refira-se, com o apoio da Câmara de Vila do Conde (na cedência de espaços para reuniões, transportes e apoio jurídico ) e de partidos políticos que, em vários fóruns, foram dando conta das reivindicações dos ex-trabalhadores da Mindelo.
Aliás, o nome de Fernando Nome chegou a ser proposto pelo PSD de Vila do Conde para ser distinguido com a Medalha de Mérito do município.
O funeral, a cargo da Casa Pontes, realiza-se esta 4.ª feira para o cemitério de Azurara após a realização, às 16h30, de uma Missa de Corpo Presente na Igreja de S. Francisco (S. Donato).
A Memória tem sempre espaço na edição em papel do seu Terras do Ave como a que está nas bancas (veja aqui)


