- Nos últimos seis jogos, o Rio Ave conseguiu uma vitória (Braga), dois empates e três derrotas (Estoril, Famalicão e Benfica). A vitória sore o Braga prometeu muito, mas não foi confirmada em campo, sobretudo na primeira parte em Famalicão, onde a nossa equipa apanhou não um, mas dois banhos de bola (um literal e outro face à superioridade do adversário). Esses 45 minutos foram ‘tenebrosos’, a ponto de ser perguntar se será possível jogar pior? Uma equipa sem atitude, sem crença, sem ânimo. Apesar de algum equilíbrio, a derrota é justa e só Miszta foi disfarçando as muitas limitações da equipa. Domingo, frente ao Benfica, as expetativas já estavam baixas e confirmaram-se com 60 minutos de desaparecimento coletivo. Mas eis que (e por isso o futebol é o melhor desporto do mundo) em dois lances o Rio Ave empata. Houve quem pensasse em acabar com pelo menos um ponto, mas não foi o meu caso: desde cedo percebi que o árbitro haveria de inclinar o campo e foi isso mesmo que aconteceu (basta ver as vezes que Clayton foi agarrado e em quantas houve falta; numa, incrivelmente não assinalada, houve o segundo golo do Benfica). Atenção que a vitória do Benfica não está nem pode estar em causa, sobretudo para quem esteve uma hora em campo apenas a ver jogar, mas só um milagre permitiria mais do que a derrota. Faltam oito jornadas e o Rio Ave já jogou com os quatro primeiros. Seis pontos podem ser suficientes, mas com três vitórias a manutenção é mais tranquila. Esperemos a confirmação o mais rapidamente possível.
- No onze titular frente ao Benfica, para referir apenas o último jogo, os jogadores há mais tempo no plantel (Vroussai e Miszta) estão em Vila do Conde há um ano. O meu palpite é que, daqui para a frente, será assim: a identidade do clube dará lugar a uma plataforma em que entram e saem jogadores, alguns deles que nem sequer conhecemos. Custa, mas temos de nos habituar aos negócios do investidor. E se falo nisso é para referir um caso que não entendo: jogam os que o empresário grego quer, porque os quer vender e rentabilizar o investimento, mas como explicar que um jogador emprestado, com o mais baixo índice de produtividade (por vezes, nula) jogue sempre? Estou a falar do extremo Kiko Bondoso, um dos três mais utilizados do plantel. Um mistério.
- Quem acompanha as notícias nos jornais desportivos tem reparado que têm sido várias, nas últimas semanas, as informações sobre a valorização do plantel: cláusulas de empréstimo acionadas, renovações, etc. A comunicação da SAD está a trabalhar bem e se há alguma crítica é aos jornalistas, que ‘comem’ o que lhes dão. Do ponto de vista do adepto, tudo mudou com a entrada do Marinakis. Agora é ele que perde ou ganha dinheiro, é ele que investe ou desinveste, é ele que beneficia ou não dos contratos que são feitos. Nada passa pelo Clube ou pelos adeptos. Se vai gastar 5 milhões num jogador, como se leu, sinceramente é problema dele. Sendo um empresário experimentado, irá ganhar muito mais no futuro. Como adepto, e querendo o melhor para as nossas cores, resta-me desejar que Marinakis tenha muito sucesso com o que faz em Vila do Conde, porque o sucesso dele também é o nosso.
- O até agora diretor geral da SAD, Marco Aurélio Carvalho (MAC), despediu-se para assumir o prestigiante lugar de diretor de comunicação da Federação Portuguesa de Futebol. A sua saída merece-me estes comentários: Por um lado, ainda é cedo para se poder fazer uma avaliação racional e fria dos mandatos de António Silva Campos, mas a contratação de MAC foi claramente uma mais-valia, trazendo uma dimensão de profissionalização ao clube. Éramos amadores (sei bem do que falo…), passámos para outro patamar. Quando Miguel Ribeiro deixou o lugar de diretor geral, Campos promoveu MAC a um lugar que, na verdade, funcionava sobretudo como braço-direito do Presidente. MAC era uma sombra de Campos. Se foi um bom ou mau diretor geral não sei, sei que suceder a Miguel Ribeiro seria sempre uma tarefa difícil. Com a chegada da SAD, as tarefas de MAC complicaram-se. Como é que sei isto? Sei que o funcionamento da SAD (Atenas-Londres-Vila do Conde) e a ausência de um verdadeiro interlocutor cá e lá só podia dar confusão. Se os meus argumentos estiveram certos, aposto que tão cedo não teremos um substituto. Em resumo, estes 11 anos de MAC no Rio Ave podem ser divididos em três fases: a primeira, claramente positiva; a segunda, sob o fantasma de Miguel Ribeiro, foi a ajuda que Campos precisava e a terceira condenada ao infortúnio, face à forma como a SAD se tem vindo a organizar.
- Este artigo está na última edição em papel do seu jornal Terras do Ave (veja 1.ª página aqui).Outros autores de opinião: Abel Maia, Gualter Sarmento, Pedro Pereira da Silva, Adelina Piloto e Fátima Augusto

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