Sabendo que não teria votos para aprovar a moção de confiança, Montenegro investiu, qual ‘touro’ temerário na arena, com a esperteza simplista de querer alardoar que a culpa é dos outros. Preferiu atirar-se contra espada, em vez de ficar na parede da Comissão Parlamentar de Inquérito. É pacífico concluir que quem criou a crise foi o espinhense, que optou por ter um exército de ministros para fazer escudo à sua condição de político em fase de negação, e como escudo de questão meramente pessoal.  Vão ser tempos interessantes, porque em democracia as eleições são seiva pura. Não embarco na conversa de que ir a eleições é mau para a estabilidade e para a economia. O Estado continua a funcionar nos períodos pré-eleitorais, sem grandes sobressaltos. Até costumam ser períodos onde os governos fazem mais. Que venham as eleições.

Localmente os sinais continuam a não ser bons. Um passo à frente, dois atrás. Com a desvantagem de não haver espada, nem parede.  Umas poucas inaugurações das Juntas de Freguesias e muitos anúncios da Câmara. Diria que foi um mandato para esquecer. Se não fossem as obras do Estado Central e da Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde, era praticamente só festa, fotografias, isenções de taxas, e indemnizações. A oposição sem espada precisa de um choque de energia, pois está em letargia. Há vozes (a minha, também) que defendem que o PSD não faz verdadeira oposição, porque está no poder fáctico. Por outro lado, a NAU está como a verdadeira, a do rio: – Sem motor ou comandante e corre o risco de não sair do porto, a não que use o rebocador laranja que parece que levará o CDS e o LIVRE. Que venham as eleições.

Trump colocou a Ucrânia entre a espada e a parede. É cobardia pura, bater em quem já está no chão e tirar-lhe a carteira do bolso (acordo de riquezas minerais). A Rússia não vai aceitar nada, a não ser ganhar. Talvez Trump tenha de fazer o que deve: Apoiar seriamente os ucranianos, para colocar os Russos também entre a espada e parede. A morte sem hora marcada. Tempos difíceis. Que venha a paz justa e respeitadora do Direito Internacinal.

Este artigo está na última edição em papel do seu jornal Terras do Ave (veja 1.ª página aqui).

Outros autores de opinião: Gualter Sarmento, Pedro Pereira da Silva, João Paulo Meneses, Adelina Piloto e Fátima Augusto  

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