Há momentos que definem a História da Humanidade e esses momentos podem chegar através de anos de planeamento como o caso do Desembarque na Normandia ou também podem surgir apenas da discussão acerca do dress code de um chefe de estado.
O início de uma nova ordem mundial pode estar relacionado com uma pergunta de um jornalista conservador que não achava aceitável Zelenskyy estar vestido apenas com uma camisola e umas calças pretas na Sala Oval da Casa Branca. É certo que a conversa foi mais longa, mas foi essa pergunta o início do grande momento de televisão.
Não sei qual será o dress code por lá, mas desde que vivo em Cambridge aprendi que os trajes podem ir de White Tie até Full Casual, passando pelo Black Tie, Business Formal ou Smart Casual. Confesso a minha ignorância, quando vivia em Portugal não sabia de nada disto. E vamos ser francos, todos estes estilos são muito ocidentais, a classificação de estilos reflete apenas uma cultura em específico, porque tanto na Ásia como na África, os estilos formais são bem mais interessantes do que um fato com um laço ou uma gravata.
E mesmo assim, será assim tão mau usar uma camisola preta? O que dizer de uma gravata até aos joelhos? Pelo menos quando uma pessoa vai à casa de banho e se senta na sanita, com uma camisola preta nada de especial acontece, mas uma gravata até aos joelhos coloca em risco a salubridade da indumentária e até pode ser confundida com papel higiénico. Quem usa este tipo de gravata todos os dias por certo já se deve ter enganado algumas vezes.
Mesmo assim, surpreende-me bastante a pergunta provocatória, porque ainda noutro dia sou capaz de jurar que vi um indivíduo sem gravata e de boné preto na Casa Branca e, se bem me lembro dos meus tempos de escola, qualquer professor diria: “Tira já esse chapéu, por acaso está sol cá dentro?”. Pena que esse tal jornalista não fosse também professor.
Este artigo integra a última edição em papel do seu jornal Terras do Ave (veja 1.ª página aqui) .
Outros autores: João Paulo Meneses, Elizabeth Real de Oliveira, Romeu Cunha Reis, e Sara Padre.
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