Publicamos agora a segunda parte da entrevista feita a Pedro Gomes e vereador do movimento Elisa Ferraz /Nós Avançamos Unidos (NAU) na Câmara Municipal de Vila do Conde cuja edição na íntegra encontra na edição em papel que está nas bancas.
A primeira parte está aqui
Num aspeto mais político, a NAU elegeu três vereadores, Dália Vieira passou a apoiar a gestão PS. Já conseguiu perdoar a vereadora?
É imperdoável. Na altura disse-lhe que preferia ir para baixo da ponte do que me vergar a este senhor. A Dália preferiu vergar-se a este senhor, foi uma decisão pessoal.
E como é que tem visto a ação de Pedro Soares, eleito pelo PSD; supostamente também na oposição?
O ‘Pedro Soares-professor’ foi um vereador, o ‘Pedro Soares-dirigente desportivo’ é outro. Que tirem as ilações.
Recentemente a NAU anunciou que vai prosseguir a sua ação no concelho. No seu entender continua a haver espaço político para um movimento independente?
Sou membro da direção da Associação Nacional de Movimentos Autárquicos. Aliás faço parte da comissão executiva, somos quatro autarcas, três com funções executivas, presidentes de câmara, e eu sou o único que não tenho pelouros. Os movimentos autárquicos têm 19 câmaras e 450 juntas. Já temos assento na ANAFRE [Associação de Freguesias] e na Associação Nacional de Municípios e se não acreditasse na verdadeira independência de um autarca que não está ligado aos partidos, seria o primeiro a dizer-lhe que não há espaço. Mas a verdade é que há. E em Vila do Conde.
Seja como for, o rosto da NAU nos últimos mandatos foi a dra. Elisa Ferraz que já anunciou que não será candidata à Câmara. Não poderá isso ter desiludido alguns apoiantes?
O movimento NAU foi muito focalizado na pessoa ilustríssima que é a doutora Elisa Ferraz, mas há um conjunto alargado de pessoas que gostam deste movimento independente, e que também se identificam com outras pessoas que ajudaram a doutora Elisa a ter esta performance. Os grupos de cidadãos eleitores, que é formalmente como eles se chamam, são uma realidade no nosso país e nada garante que, num futuro próximo, não haja um novo movimento independente que mantenha os valores, os mesmos princípios de lealdade, de frontalidade e, acima de tudo, de equidade. Não entendo que tinha sido uma desilusão para as pessoas que suportam a NAU.
É chegada a sua hora de avançar para a presidência da Câmara?
Disse num evento que fizemos onde a doutora Elisa estava presente e que me permitiu dirigir algumas palavras, [que] estou a ponderar. No fundo a reunir um conjunto de apoios que verificados, terei fortes hipóteses de apresentar uma candidatura. Não obstante isso, entendo que ainda não estão reunidas essas condições.
Mas são condições mais pessoais, profissionais?
Há um misto de condições profissionais de condições pessoais, familiares e também políticas.
Mas era um desafio que o apaixonava?
Respondo assim: eu não gostei de ser vereador, eu adorei ser vereador, que é diferente. Deixei no município e fora dele, no vilacondense comum, um conjunto de créditos. As pessoas reconhecem no Pedro Gomes capacidade de execução, de tratamento dos assuntos e das pessoas.
Mas há um calendário pensado para a decisão?
A NAU anunciou que iria apresentar um candidato um candidato independente às eleições autárquicas do próximo ano. Darei quase como data-limite o final do primeiro trimestre do próximo ano para que este movimento de cidadãos independentes possa apresentar uma candidatura. E naturalmente com conversações com outras forças políticas para, no fundo, haver aqui uma conjugação de forças, as tais condições que há pouco falava. Se for eu essa pessoa escolhida, no âmbito do nosso grupo de independentes, há um conjunto de condições que têm que estar reunidas.
A NAU pensa juntar-se a outras forças políticas autárquicas?
Haverá sempre duas condições para que ocorra essa junção. Formalmente não é possível haver coligações entre partidos e grupos de cidadãos eleitores e, portanto, a haver uma candidatura terá de ser sempre uma candidatura de um grupo de cidadãos eleitores. Uma candidatura independente que poder-se-á chamar NAU, Vila do Conde, Novo Rumo enfim o que quer que seja. A segunda condição é que a NAU, nesta eventual coligação, terá de liderar a candidatura ao município. A NAU teve – repare no tempo verbal – teve o triplo de votos do PSD, mas a NAU tem o triplo de presidentes de junta do PSD.
E porquê é que fala do PSD?
Porque o PSD é a terceira força à data de hoje. E naturalmente um eventual acordo a surgir teria de ser com a intervenção do PSD, da Iniciativa Liberal, do CDS para que houvesse uma conjugação de forças.
Uma frente anti-PS ?
Não anti-PS.
Anti-Vítor Costa?
Focalizava mais na pessoa do Vítor Costa porque de facto tem sido mau demais. A intervenção da eng. Sara Lobão, do Dr. Paulo Vasques, da Dra. Carla Peixoto e da Dra. Catarina Monteiro tem sido de uma forma isenta e cordial para com todos os assuntos que são tratados dentro do nosso município. A figura do atual Presidente de Câmara é absolutamente reprovável. Este senhor interrompe os seus vereadores quando querem falar, não os deixa falar. Tudo gravita à volta do Presidente da Câmara e entendo que as coisas não devem ser assim.
Como dissemos a encontra na nossa edição em papel a entrevista na íntegra entre outros assuntos (veja aqui)

