Está a chegar o Natal. A minha época preferida do ano. A altura em que me recordo da alegre ingenuidade da minha infância. E, claro, das tradicionais cartas ao Pai Natal. Imbuído pela magia da época, venho, por isso, partilhar com o eventual leitor os meus desejos natalícios em relação ao recém-apresentado Orçamento Municipal.

Nas últimas semanas, Vila do Conde foi, uma vez mais, presenteada com o “maior orçamento de sempre”, agora para o ano de 2025 e no valor de 135 milhões de euros. Portanto, eu, na qualidade de simples munícipe, apenas venho humildemente pedir (ao Pai Natal, claro) que este orçamento seja real e integralmente cumprido. A sério! Desejo mesmo que os 64 milhões de euros previstos para investimento sejam efetivamente executados e que os 44 milhões de comparticipações em fundos comunitários sejam devidamente arrecadados. Caso contrário, como aconteceu com o orçamento para 2024 (que, recorde-se, também foi o “maior de sempre”) ainda acabaremos, todos, por ver o município a recorrer novamente à banca para financiar obras correntes…

Bem sei que os milagres são a especialidade do Pai Natal e, como tal, só com uma boa dose da sua magia, aliada à fantástica crença de alguns vereadores no velhinho de barbas brancas e nos trenós voadores da Lapónia, é que este orçamento poderá fugir ao destino dos anteriores. Sem isso, temo que, em 2025, se repitam (e quiçá, se ultrapassem) os fabulosos recordes financeiros que Vila do Conde tem vindo a alcançar neste mandato: o 5.º pior dos 308 municípios portugueses em resultados económicos líquidos e o 31.º pior na relação entre receitas liquidadas e despesas comprometidas, segundo o Anuário Financeiro dos Municípios de 2023. Números reais, despidos de qualquer magia.

Assim, espero que 2025 seja o ano da mudança em Vila do Conde. E que possa, no próximo Natal, escrever ao Pai Natal para agradecer a integral execução.

 

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