Vila do Conde foi o terceiro concelho do país que, em 2024, registou “menores resultados líquidos”, segundo o Anuário dos Municípios dos Portugueses lançado pela Ordem dos Contabilistas Certificados e que verificou os números oficiais de 308 territórios.

As contas vilacondenses revelam um prejuízo de 10 milhões, 892 mil e 594 euros, o pior desempenho nos últimos dez anos.

Em todo o país só se verificaram duas situações piores:

Braga, no topo, que fechou o ano com mais de 23,4 milhões negativos e Setúbal (mais de 18,1 milhões).

No anuário encontra-se outro aspeto negativo. Vila do Conde ultrapassou a fasquia dos 10 por cento (atingiu os 11,2 por cento – em termos monetários, foram mais 6,7 milhões de euros) na “Despesa com o aumento do pessoal” cuja média nacional se cingiu nos 7,2 por cento de acréscimo.

Pior do que a subida vilacondense com este gasto só o dispêndio bracarense (15 por cento – 6,6 milhões de euros).

Apesar desse disparo na despesa paga com pessoal (quase 26,5 milhões), Vila do Conde ainda teve 33 municípios à sua frente em que a abertura da torneira foi maior nesse segmento (Lisboa lidera quase 315 milhões de euros, seguindo-se o Porto com 111 milhões).

Outro valor menos positivo é o 12.º lugar dos municípios “com menor performance financeira”, ou seja, “com maior diferença negativa entre o grau de receitas liquidadas [70,4 por cento no caso vilacondense] e o grau de execução de despesas comprometidas [90 por cento].

Essa “diferença de execução” em Vila do Conde foi de 19,6 por cento, e maiores desvios só se encontram, no sentido decrescente, em Setúbal, Castanheira de Pêra, Tarouca, Barreiro, Viana do Castelo, São Pedro do Sul, Vagos Tábua, Cuba, Chaves e Évora.

Em termos positivos, o anuário comprova que a edilidade local aumentou em 8,7 por cento o volume de receitas cobrados (lugar 32 a nível nacional) estando sempre nos 40 primeiros na obtenção do IMI (23) IMT (34), Derrama (22), IUC (34), Taxas e multas (24), Venda de Bens e Serviços (30).

O Anuário volta a apontar que, caso optasse pela taxa máxima do Imposto Municipal sobre Imóveis (Vila do Conde aplica 0,30 por cento e o máximo é 0,45 %), entrariam nos cofres autárquicos 5 milhões 447 mil e 832 euros.

Esta fatia que fica por cobrar e que dá uma poupança média de 63 euros por habitante, foi um dos argumentos utilizados pelo presidente da Câmara, Vítor Costa (PS) para justificar o desempenho negativo que se verificou em todos os anos do seu mandato.

Bastava subir um pouco essa fasquia do IMI e o nome de Vila do Conde já não estaria nalgures patamares negativos que, mais uma vez, o anuário regista.

As informações sobre o município integram habitualmente a edição em papel do Terras do Ave como a que já está nas bancas (veja aqui)

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