Já ontem lhe contámos que a edição em papel do Terras do Ave contém uma entrevista à cabeça-de-lista do PSD/CDS dado que a direção deste seu jornal julgou oportuno conhecer o lado de quem se apresenta como a principal alternativa ao vigente poder socialista de Vítor Costa.

Esse trabalho, como dissemos, está na íntegra na versão que encontra nas bancas, mas tem agora oportunidade de ler um trecho (no final desta página  encontra um acesso para outro)

 

O PS coloca adotou uma frase que refere “Fizemos muito, mas o que importa é o que falta fazer”. O que é que isto lhe diz?

Luísa Maia – Diria que nisso até estamos de acordo. O que falta fazer – uma mudança – é mesmo o que importa já que em quatro anos nada se fez. Uma mudança de protagonistas e de políticas. É preciso resolver assuntos fundamentais que há anos e anos aguardam solução como a falta de saneamento básico em todo o concelho, a revisão do Plano de Diretor Municipal,  a mobilidade e a habitação, o planeamento do concelho, a defesa do património, a melhoria da qualidade de vida das freguesias e da sua rede viária, ambiente…enfim, essa frase insere-se apenas no estilo propagandista e eleitoralista do candidato do PS, que vai fazendo exercícios de ilusionismos para justificar os seus fracassos. Todos nos lembrámos das 100 medidas em 100 dias, das promessas das mil casas, dos parques de estacionamento e de tanto, tanto por cumprir. Ora, os vilacondenses não andam a dormir. E se à primeira todos podem cair, à segunda só cai quem quer.

Mas a Câmara está assim tão mal?

A qualidade de vida dos vilacondense decaiu nestes 4 anos e uma das situações mais graves, que me preocupa imenso neste momento, é o efeito do total desgoverno com gastos exacerbados nestes quatro anos. Repare: se a rede viária não foi tratada, o saneamento básico não avançou, a habitação foi feita pela Santa Casa, resumindo se nada foi feito, onde pára o dinheiro? O dinheiro dos empréstimos de mais de cinco milhões; dos impostos, que subiram quase 15 por cento, e dos valores elevados que os vilacondenses pagam nas taxas e outras obrigações. Para onde foi esse dinheiro? Só pode ter ido para uma coisa: para as festas e festinhas para tentar enganar o povo.

Está a dizer que se for eleita vai ordenar a feitura de uma auditoria às contas da Câmara?

Vai ter de ser, mas atenção: neste caso tenho fundados motivos para o fazer. Tenho indícios suficientemente fortes. Não é como aconteceu há quatro anos quando Vítor Costa anunciou que ia fazer uma auditoria, só para ter o “soundbite” que suportou uma manobra de “marketing” com o intuito de denegrir a imagem do anterior mandato e particularmente da Presidente da Câmara. Nós não. Neste momento temos indicativos financeiros que já causam uma real preocupação. E que até podem agravar-se se, com baixa capacidade de execução, forem reduzidas eventuais comparticipações de fundos comunitários.

Vítor Costa diz, no entanto, que se o Governo não pagar uma nova ponte, uma Câmara presidida por ele avança com verbas autárquicas. É porque há dinheiro?  

Vítor Costa prometeu em 2021 duas pontes e não fez nenhuma. E só no passado mês de março é que a Câmara encomendou um Plano de Mobilidade para estar concluído num ano. Ou seja, só nessa altura é que o candidato poderá dizer seja o que for. Agora, tudo é ilusório e eleitoralista. Fazer uma ponte não é uma coisa de conversa de café. Um governante tem de ter uma postura séria e não ser eleitoralista. Comprometemo-nos em optar pela melhor solução, mas só depois de termos também vários estudos de impacte ambiental e económico, por exemplo, que nos permitam tomar uma decisão bem alicerçada até porque o investimento é muito pesado.

Mas enquanto não chega a ponte pode fazer-se algo para aliviar o problema dos engarrafamentos?

Vamos ter de fazer. Há um problema de trânsito caótico a qualquer hora do dia e temos de aliviar o tráfego. Vamos condicionar a circulação dos pesados nos acessos da Estrada Nacional 13 e queremos que que haja estacionamento para pesados e para os autocarros da UNIR fora da cidade, fora do centro urbano. E tornar mais eficaz o sistema de transporte público dado que, durante quatro anos, a Câmara de Vítor Costa abandonou as populações, sobretudo das freguesias onde as queixas sobre horários e trajetos continuam a subsistir.

E nas artérias citadinas o que se pode fazer de imediato?

Eu tenho 54 anos e a partir dos 12 comecei a vir para Vila do Conde de autocarro porque morava em Fajozes. Como é possível que há mais de 40 anos subsista aquele ponto negro no cruzamento da feira, vamos-lhe chamar assim, que é uma dor de cabeça, um inferno. Uma das nossas medidas mais imediatas será fazer um estudo de tráfego e num prazo de três meses resolver o problema. Os especialistas têm de dizer se se constrói uma rotunda, se se alteram os sentidos de trânsito, se se colocam semáforos nalgum ponto, arranjar uma solução. Agora continuar assim, com a nossa coligação, não vai continuar.

E o estacionamento?

Vamos triplicar com novos parques e com as remodelações que tiverem de ser feitas.

Há poucos meses foi aplicado um regime de estacionamento pago junto ao tribunal por causa do comércio, mas nas avenidas das Caxinas também há muitas lojas e o parqueamento é gratuito… 

Por uma questão de eleitoralismo. O Presidente de Câmara só se preocupou com a manutenção do poder e quis passar a imagem do presidente simpático, que a todos agrada, dá beijinhos e abraços, tira abraços e selfies, faz festas e festinhas. É um Pai Natal permanente. Que só pensa em dar, dar, dar…eu acho que quem está à frente de uma Câmara tem de ser, sobretudo, um fazedor. Alguém com coragem política, que sabe planear e que, sim, por vezes não pode agradar a todos. Mas é capaz de tomar decisões e de se responsabilizar por elas.

Uma das decisões que um presidente deve tomar, presumo, será aplicar menos impostos aos seus concidadãos. O que pensa fazer?

Aliviar a carga fiscal. Nas empresas diminuir a Derrama e nas pessoas no IRS, mas de forma gradual, ao longo do mandato, para não desequilibrar as contas do município.

Alega que o PS gastou 15 milhões em festas e animação, se reduzir talvez consiga antecipar essa redução.

Pois, mas ainda há tantas carências para completar, como o saneamento básico. Mas já que fala nesses 15 milhões, note que nenhum dos cantores foi a uma freguesia. Até nisto não há coesão territorial. Não podiam esses artistas ir a uma ou outra freguesia? E parte do dinheiro não podia, como defendemos, reativar uma banda de música que tanta falta faz. Não, é tudo megalómano só para colocar o presidente nas fotografias já que ele não conseguiu colocar Vila do Conde no mapa.

Como assim? 

Este presidente passou ao lado das grandes decisões nacionais e metropolitanas até porque raramente vai às reuniões. Inclusive no seu partido, a nível distrital e nacional, não tem qualquer influência. A nível local, perdeu o vereador Mário Jorge Reis, a vice-presidente Sara Lobão e n a assembleia municipal deixou cair a presidente que escolheu e há pouco tempo o líder da bancada também se afastou. Vítor Costa está cada vez mais orgulhosamente só.

 

Pode aceder a outro trecho da entrevista aqui

 

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