O Partido Socialista alcançou uma vitória muito clara nas eleições autárquicas do passado dia 12, conseguindo, para a Câmara Municipal, acrescentar mais 6.085 votos do que os obtidos em 2021, e reeleger o Dr. Vítor Costa para o cargo de Presidente da Câmara.

Foi incontestável o êxito eleitoral, preparado com muito tempo de antecedência, com uma estrutura experiente e já constituída, com vastos recursos logísticos e financeiros, com associação a um discurso político que se mostrou eficaz na ocultação de “pontos fracos” e na sobrevalorização do que foi feito, do que foi anunciado e do que foi concretizado por outros.

Seja qual for o juízo que façamos, a verdade é sempre a mesma: compete aos eleitores vilacondenses tomar a decisão de escolher quem os governa. Uma maioria escolheu o Partido Socialista. Compete ao PS dirigir a governação do Município no próximo quadriénio. É assim a Democracia.

A Aliança por Vila do Conde (coligação PPD/CDS, com independentes) teve resultados que ficam aquém dos desejados. Naturalmente que há explicações para isso, mas eu centrar-me-ia apenas naquela que considero ter sido fundamental: falta de tempo. Que se consubstancia no atraso da consolidação da estrutura da coligação, no consequente atraso na transmissão da mensagem e na insuficiente notoriedade dos candidatos, especialmente da Dra. Luísa Maia, candidata à Câmara Municipal, que tem sobejas qualidades para ser uma boa Presidente da Câmara, mas a quem escasseou tempo para intensificar os contactos com a população. Em suma, para esta coligação, quando o tempo eleitoral terminou, foi quando deveria ter começado.

Seja como for, houve um trabalho bem feito que, a continuar, poderá produzir frutos no futuro. E os resultados foram mesmo animadores: triplicou o número de vereadores (de 1 para 3), duplicou o número de deputados municipais (de 4 para 8), conservou o mesmo número de presidências de junta (2), alargou significativamente os mandatos nas assembleias de freguesia (de 30 para 52) e obteve mais 6.554 votos do que em 2021.

No que diz respeito ao Partido Socialista, foi uma vitória incontestável e por números expressivos. Se bem que, em meu entender, com um certo sabor agridoce. Sobretudo por três razões: não aumentou o número de mandatos na Câmara Municipal (manteve os mesmos 5); os votos nas assembleias de freguesia pouco aumentaram em relação aos de 2021, sendo muito inferiores aos obtidos para a Câmara Municipal (menos 5.973); e elegeram presidentes de junta em 15 freguesias e uniões de freguesias (estando as restantes 10 espalhadas por listas de movimentos de cidadãos e pela Aliança por Vila do Conde).

De notar, por último que as restantes forças políticas (excetuando a coligação BE/PAN), à semelhança do Partido Socialista e da Aliança por Vila do Conde, também aumentaram as suas votações, com destaque para o Chega (mais 3.719, tendo ainda elegido 1 vereador e 3 deputados municipais), mas também a Intervenção Liberal (mais 492, e a eleição de 1 deputado municipal) e o PCP/PEV (mais 93).

O Dr. Vítor Costa tem mais quatro anos para procurar concretizar o que prometeu e não cumpriu. E acrescentar a isso os novos e muitos compromissos agora assumidos, tanto na cidade como nas freguesias. De todos, permitir-me-ia destacar centenas de novas habitações, a conclusão das redes de água e saneamento básico, a aplicação no terreno do plano municipal de mobilidade, a nova ponte sobre o rio Ave (no limite, com verbas municipais) e o que ele chamou “o maior investimento de sempre na rede viária do nosso concelho”.

Cá estaremos à espera que tudo se cumpra e não sejam frustradas as expectativas dos vilacondenses. A ver vamos!

Este artigo está na última edição em papel do seu jornal Terras do Ave e que já encontra à venda nas bancas.

Outros autores de opinião no mesmo número : Abel Maia, João Paulo Meneses, Gualter Sarmento, Pedro Pereira da Silva e Carolina Vilano.

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