Chegaram as autárquicas. Está na hora de decidir quem escolher para governar o município e as freguesias. As escolhas, no boletim de voto, fazem-se entre partidos e movimentos de cidadãos, contudo, nas eleições locais, a escolha deve fazer-se, sobretudo, em pessoas. Pessoas que, por esta ou aquela razão, conhecemos e com quem irmanamos os princípios e valores que nos norteiam.
Antes de tudo, isto é, antes de pensarmos no que cada candidato é capaz, quais são as suas competências específicas e conceptuais, devemos pensar nas suas competências comportamentais (o “saber ser” e o “saber estar”) que constituem os seus alicerces como pessoa, e, consequentemente, avaliarmos se possui as condições básicas para o desempenho do lugar a que se candidata. Se, de todo em todo, não conseguirmos conhecer os candidatos, então, fará sentido que a nossa decisão recaia sobre o partido ou o movimento que entendemos melhor defender o interesse público de todos os vilacondenses.
A julgar pelo passado eleitoral e com todo o respeito pelos candidatos e respetivos partidos ou movimentos que integram as candidaturas aos órgãos do município e das freguesias do concelho de Vila do Conde, parece claro que o futuro Presidente da Câmara será o cabeça de lista do PS ou do PSD.
O candidato do PS está a desempenhar funções de Presidente há 4 anos (tendo sido Vereador entre 2005 e 2013), sendo, por isso, bem conhecido. Todos sabem, ou podem saber, o que prometeu fazer e o que realmente fez. O que resultou da sua liderança e ação, o que terminou e teve origem em mandatos anteriores e o que está a ser feito no município (Centro de Saúde das Caxinas e Divisão da PSP de VCD/PVZ) e é responsabilidade do Governo da República. Os munícipes tiveram, ainda, nestes 4 anos (não nos últimos meses, naturalmente), a possibilidade de conhecer a sua capacidade de liderança e a sua Visão para o concelho (terão percebido que, simplesmente, não tem). Aliás o debate no Teatro Municipal promovido pelos jornais de Vila do Conde no último dia 2 foi esclarecedor: o candidato do PS fala, fala, fala…, mas “não diz nada”, não esclarece, não responde às perguntas, antes agradece e volta a agradecer às rádios, às pessoas, às associações, às paróquias, às juntas de freguesia, mas não tem, objetivamente, pensamento estratégico sobre o concelho, do mesmo modo que a sua liderança não sendo criativa, não inspira, não transforma, não é “exemplo”.
A candidata do PSD não sendo nova nestas andanças, tem feito um grande esforço de visibilidade e presença, correndo o concelho, ouvindo as pessoas, discutindo ideias, tendo sido divulgado o programa detalhado no início da campanha eleitoral. É uma mulher de alma e garra, nascida numa das freguesias do concelho, esperando-se que, no caso de ser eleita, diminua a diferença entre os territórios das freguesias (cerca de 2/3 de residentes) e o da freguesia sede do concelho (seria um grande desígnio, a par da resolução das acessibilidades e estacionamento na cidade.
Recentemente a Prof. Felisbela Lopes publicou uma excelente reflexão “O que procuramos num presidente da Câmara?” Procurei “emparelhar” esta reflexão com o Presidente da Câmara de Vila do Conde, também candidato do PS (embora faça tudo para não parecer!!!) a que conectei o pensamento do Prof. Michael Porter “a essência da estratégia é escolher o que não fazer”, para concluir que sendo independente, próximo do PS, escolho não votar neste PS de Vítor Costa. Não possui, de todo, caraterísticas para o desempenho de tão importante cargo, tão impactante na vida dos munícipes.
Este artigo está na última edição em papel do seu jornal Terras do Ave (veja aqui)
Outros autores de opinião na edição: Miguel Torres, Adelina Piloto, João Paulo Meneses e Carlos Real.
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