Miguel Larangeira

A nossa memória e a história passada são instrumentos fundamentais para termos consciência na hora de projetar e, sobretudo, de planear o futuro. Inserido num projeto autárquico para as eleições de 12 de outubro, decidi reler alguns manifestos e programas eleitorais de anos anteriores. Muitos pensarão que falarei das promessas não cumpridas ou das “sem” medidas de 2021, mas não é essa a ideia. Quis ir mais longe e de forma positiva!

Entre outros encontrei o programa que a coligação PSD/CDS apresentou em 2005, elaborado de forma profissional e no qual me orgulho de ter colaborado. Ao lê-lo, senti tristeza. Tristeza porque grande parte daquelas propostas poderiam ter melhorado a vida dos vilacondenses. Tristeza porque o que já identificávamos em 2005 ainda hoje nos faz falta, e de forma agravada. Projetos como a esquadra da PSP só agora estão a ser construídos. Os problemas de trânsito continuam a ser uma dor de cabeça. A mobilidade permanece um desafio. A revisão do PDM nunca avançou. Vinte anos depois, ainda não temos saneamento básico nem abastecimento de água em todo o concelho. O Plano de Desenvolvimento Desportivo, que poderia ter estruturado de forma harmoniosa o setor, nunca foi elaborado. Etc, etc…

A tristeza não ocorre por aquele programa não ter sido o mais votado, mas sim porque Vila do Conde perdeu, naquela altura, uma oportunidade histórica de mudar de rumo.

Hoje, duas décadas depois, voltamos a ter uma escolha entre quem mais governou a autarquia, com os resultados que conhecemos, e uma coligação de dois partidos, reforçada por muitos independentes, que apresenta uma visão assente no planeamento e na preocupação com as pessoas. Reconheço naturalmente o papel de outras forças políticas, mas a diferença que destaco está entre estas opções que, de forma realista, podem conduzir os destinos do concelho.

Cabe-nos a nós, vilacondenses, decidir o que será melhor para todos. Mas uma certeza existe: não podemos esperar resultados diferentes com as mesmas ideias, algumas das mesmas pessoas e a mesma forma de atuar.

Está nas nossas mãos!

Digo eu…

Este artigo está na última edição em papel do seu jornal Terras do Ave (veja aqui) )  

Outros autores de opinião: João Paulo Meneses, Abel Maia, Pedro Pereira da Silva, Gualter Sarmento e Sara Padre.

 

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