O rio Ave está outra vez a ser vítima da praga dos “jacintos-de-água”, qualificada, na legislação nacional, como uma “espécie invasora” (é originária da América do Sul, mais propriamente da bacia Amazónica) e que tem merecido na União Europeia várias notas de preocupação, designadamente do Parlamento Europeu e do Conselho Europeu.
Ora, como se constata nas imagens da nossa leitora Inês Amorim, a quem agradecemos o envio das fotografias e a denúncia do que considera uma “barbaridade ambiental”, a situação é já limite em, por exemplo, Macieira da Maia.
Também o nosso leitor Vítor Agra manifestou a sua preocupação para com o problema e o Terras do Ave está disponível para receber outros testemunhos fotográficos.
Recorde-se que em 2023 e 2022 a Câmara de Vila do Conde alertou a Administração de Região Hidrográfica do Norte justificando que “para além de potenciais impactos na navegação, no uso recreativo e na prática de desportos aquáticos, na qualidade da água e nos ecossistemas, o arrastamento de quantidades significativas destas plantas para as praias do concelho pode gerar custos económicos para o Município, além de riscos para a saúde pública”.
E a verdade é que, na cidade, o problema também já se coloca, sobretudo junto às margens, e até começam a aparecer molhos de plantas arrastados pela corrente.
O jacinto-de-água é composto por folhas intumescidas, mas também por vistosas flores azuis/violetas, uma característica que terá estado na origem da sua introdução em Portugal.
Segundo uma publicação da edilidade em 2021, “o seu crescimento é extremamente rápido – em condições adequadas pode duplicar a sua população em 5 dias. A sua reprodução é efetuada através de rizomas ou pequenos fragmentos e de sementes. Por arraste por correntes por dispersão por aves aquáticas podem-se originar novos focos de invasão distantes da população original”.
Ao cobrir totalmente a superfície da água, diminuiu “a qualidade da água, reduzindo a biodiversidade”.
Ao impedir a entrada de luz, o “tapete” diminui o oxigénio que se dissolve, aumenta a mortandade de peixes e o aparecimento de outras plantas nocivas, além de mosquitos e outros insetos.
O jornal Terras do Ave está a procurar apurar o que é que as autoridades pretendem fazer face ao estado atual das coisas e, por isso, esta é uma notícia em atualização.

imagem cedida por Inês Amorim

Imagem cedida por Inês Amorim

imagem cedida por Vítor Agra