Decorre acesa a discussão sobre se a sexualidade deve ser incluída, nas escolas, na disciplina de cidadania.

Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa cidadania é “condição da pessoa que, como membro de um Estado, se acha no gozo de direitos que lhe permitem participar da vida política”; e lê-se no dicionário de António Morais da Silva que cidadão é “aquele que está no gozo dos direitos civis e políticos num Estado”.

Que a sexualidade deve ser abordada, e de forma competente e bastante nos programas de ensino é indiscutível, mas a que propósito deveria ser incluída na disciplina de cidadania?!

Tal inclusão teria necessariamente como consequência que tanto uma das temáticas como a outra ficariam diminuídas na extensão e aprofundamento das questões a analisar. Num país onde o analfabetismo político e a pobreza da educação sexual atingem expoentes lamentáveis, o caminho tem que ser necessariamente outro, e bem contrário. A cidadania tem que alargar-se para as áreas da economia, da história económica e das probabilidades da evolução futura, assim como das relações económicas entre os cidadãos, e não contrair-se.

E a sexualidade não pode ser reduzida a um parente pobre da cidadania, a viver das suas migalhas, e, ao mesmo tempo, a diminuir a atenção que à cidadania será prestada.

Este artigo está na última edição em papel do seu jornal Terras do Ave (veja a 1.ª página aqui

Outros autores de opinião: João Paulo Meneses, Miguel Torres, Adelina Piloto e Elizabeth Real de Oliveira.

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