1. Quando voltarmos ao contacto com os leitores, depois das férias do jornal, já haverá três jogos disputados na primeira liga (Nacional, Arouca e Braga) e já teremos uma ideia mais completa do que vale a equipa – até porque nessa altura o mercado de transferências já estará encerrado. Neste momento, com seis jogos de preparação disputados, muito pouco se pode dizer, já que foram todos à porta fechada e as indicações na página oficial resumem-se a meia dúzia de linhas. Dir-se-á que tudo tem a ver com as obras no estádio, mas é difícil compreender porque não houve pelo menos um jogo na televisão, como tem acontecido com dezenas transmitidos pelo Canal 11, por exemplo [Nota: vamos ter neste canal o Rio Ave – Al-Nassr esta quinta-feira]. No limite, autorizavam os jornalistas a ver os jogos, para que estes pudessem fazer um relato mais completo. Mas deixemos a conversa – inevitável – do afastamento da SAD relativamente aos sócios para outra altura e concentremo-nos no que se sabe: que vieram apenas três reforços, que não houve nenhuma venda (Clayton e Miszta continuam por Vila do Conde), apenas empréstimos que não foram renovados, e que o plantel, sem os jovens dos sub23, tem 20 jogadores (incluindo três guarda-redes). É impossível disputar uma época com 20 jogadores, pelo que mais quatro ou cinco deverão chegar. Quando? Provavelmente o investidor está á espera de vender Clayton para autorizar as compras.
  2. Sem ter visto qualquer jogo e com muita falta de informação, imagino que o treinador Sotiris terá este onze na cabeça: Mizta (ou Chamorro, se o polaco continuar ausente); Vroussai, Petrasso, Ntoi, Panzo e Nikos; Aguilera, Bakoulas (ou Novais) e Papakanellos; Clayton e André Luiz. Deduzo, portanto, que será um esquema de 3-2-3-2 (três centrais, dois alas, três médios e dois avançados). Há uma parte de ‘adivinhação’ neste exercício que acabo de fazer, mas – admitindo um ou outro erro – acho que não andará muito longe daquele que vai defrontar o Nacional da Madeira no dia 17 ou, já esta semana, o Al-Nassr. Cá estarei para assumir os erros.

Durante uma entrevista para o primeiro podcast/videocast sobre o Rio Ave (chama-se RioAvepod), perguntaram-me pelo melhor onze que eu poderia construir, a partir das memórias de centenas de jogos. Penso que não será um exercício fácil para ninguém e também não foi para mim, pelas injustiças inevitáveis, sobretudo resultantes das falhas de memória. A minha resposta, na hora, foi esta: Ederson, Nenad, Marcelo, Duarte e Tiago Pinto; Niquinha, Quim e Dibo; Taremi, João Tomás e Gama. Acredito que mais nenhum Rioavista repetiria este onze, porque ele junta qualidade, emoção e, mais uma vez, memórias. A esta distância teria substituído Nenad por Costinha e Coentrão talvez fizesse mais sentido do que Tiago Pinto ou Tarantini poderia estar no lugar de Quim Vitorino. Mas, com toda a certeza, não trocava Duarte Sá. Poderia nomear uma dezena de centrais melhores (tecnicamente) do que ele, mas nenhum foi tão bom como ele. O mesmo acontece com Gama, um extremo que ainda hoje, quando vejo os Bondosos ou os Morais desta vida, imagino a correr com garra a linha junto à bancada e a centrar para a pequena área…

Nota: Este artigo está na última edição em papel do seu jornal Terras do Ave (veja o que traz aqui)  

Outros autores de opinião: Abel Maia, Gualter Sarmento, Pedro Pereira da Silva, Sofia Castro e Carlos Real.

Array