1. O governo não renova o mandato a Mário Centeno. Fora nomeado pelo governo de António Costa. Montenegro tira um ex-ministro das Finanças, para colocar no lugar um ex-ministro da Economia de Passos Coelho, Álvaro Santos Pereira, que ficou celebre por querer promover o pastel de nata e apoiar as politicas castigadoras, para além da troika, do então 1º ministro. Quebrou-se a tradição de renovar o mandato do governador do BP, pelo menos uma vez. Razões meramente políticas. Ouvi a entrevista que Centeno deu à RTP e ficou clara a sua grandeza profissional e cívica. A esse propósito, não posso deixar de vincar algum do mau jornalismo que se faz. Há perguntas que são insulto. O jornalista engoliu em seco a resposta: “Estou a falar da Rita Poiares, não é a mulher de ninguém…”, dando por finda uma insinuação que visava apenas menorizar uma profissional competente, com uma longa carreira no BP. Má-lingua e falta de preparação do jornalista (não está sozinho), que não cuidou de estudar o curriculum da profissional em causa e deu voz a maledicências.
  2. Para as eleições autárquicas os candidatos ao executivo municipal escrevem promessas, preparam cartazes e estratégias. O único candidato repetente é o atual presidente. Não precisa de escrever promessas, pois serão as mesmas do último ato eleitoral. Nas minhas contas, noventa e cinco porcento estão por cumprir. Faz sentido manter as mesmas, resultaram da primeira vez…para quem votou nele. Já conhecem a minha opinião. O PS não concorre à Câmara, é antes barriga de aluguer.
  3. O PSD/CDS tem candidata nova. Fazem sentido promessas e cartazes novos para dar a conhecer quem a maioria ainda não conhece. No anterior mandato, a equipa laranja deslaçou. Há sentimento de juízo negativo do anterior mandato, mesmo que na oposição. Deixou a oposição à NAU. O
  4. CHEGA aparece em força, já com cartazes no terreno. As promessas serão tudo o que seja populismo e não precisam de as escrever.
  5. A resiliente CDU apresenta rosto novo que precisa de se dar a conhecer e apresentar as suas promessas, porque nos últimos atos eleitorais nada resultou, com a exceção da Junta de Freguesia de VC com o Gualter Sarmento (excelente mandato).
  6. O BLOCO tem de fazer tudo, mas mesmo tudo, novo. Os tempos e os ventos não estão de feição.
  7. A NAU anunciou o seu fim. Fica na memória um projeto pessoal e muito transitório. É justo lembrar as obras que não obtiveram a elevação política de quem governa de fazer inaugurações dignas. Há notas idênticas de intolerância, que se revelaram criticáveis, quando a NAU assumiu o poder e procurou menorizar o mandato de Mário Almeida. Estiveram – Elisa Ferraz e Vitor Costa – com conduta pouco tolerante em democracia.
  8. Com este cenário, reconheço-me tarefa difícil como eleitor. O meu voto não está decidido. Têm de me convencer e para a direita será muito difícil, bastante, convencer-me.

Nota: Este artigo está na última edição em papel do Terras do Ave com data de 6 de agosto (data que deve ser tida em conta para o devido enquadramento temporal do conteúdo).

É publicado aqui neste dia porque, após um período de férias logo a seguir ao lançamento desse número, o trabalho já foi retomado no jornal.  

Outros autores de opinião: João Paulo Meneses, Gualter Sarmento, Pedro Pereira da Silva, Sofia Castro e Carlos Real.

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