Foi levantado o desaconselhamento a banhos que pontificava nas praias de Labruge (Vila do Conde) e Angeiras Norte (Matosinhos) como medida cautelar após a surgimento de poluição no rio Onda que desagua no limite dos dois concelhos.
A Agência Portuguesa do Ambiente imputa à Lactogal, situada em Modivas, a descarga que contaminou o curso de água e anunciou a abertura de um processo de contraordenação à empresa de laticínios.
Entretanto, as análises realizadas ao mar das duas praias deram, como resultados, “qualidade da água própria para banhos” e a Delegação Regional de Saúde levantou o desaconselhamento.
A APA promete, todavia, manter uma “vigilância apertada e contínua” sobre a ação da Lactogal com cujos responsáveis deve reunir ainda esta 3.ª feira.
A firma, que agrega várias marcas do setor entre as quais a Agros, deverá encontrar-se amanhã com a ministra do Ambiente, Graça Carvalho, porque o problema de fundo mantém-se: a dificuldade da Lactogal em livrar-se de todos os resíduos que produz face à classificação que a APA atribui a alguns deles.
A Lactogal defende que são excedentes “verdes” – “orgânicos e biodegradáveis” – e, “tecnicamente valorizáveis em processos de compostagem para serem utilizados em espalhamento agrícola ou na produção de biogás e fertilizantes orgânicos”.
Mas o carimbo “laranja” da APA (dado os parâmetros químicos das águas residuais” impõe uma autorização prévia da Agência e o envio para tratamento especializado que em Portugal não há quem faça tendo a empresa de recorrer a um operador espanhol.
A Lactogal afasta a possibilidade de parar a produção dado que “a sua atividade decorre da ordenha de animais com periodicidade diária” e “a interrupção total da produção significaria a morte de muitos animais”.
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