1.   Na ausência de quem fale diretamente pela SAD (não deveria ser o CEO Berisatin?), a presidente do Rio Ave Futebol Clube deu uma entrevista a prometer que «o plantel vai ser construído no sentido de ser altamente competitivo». Certamente todos gostaram desta declaração, porque a alternativa seria «vamos construir um plantel para não descer de divisão». Recordo que na época passada ao investidor gastou uma fortuna, superior ao orçamento do Guimarães, e evitou a descida a três jornadas do fim. Ou seja, a qualidade do plantel tem de melhorar. Saíram 9 jogadores, quase todos titulares algures durante o campeonato, e, até agora, entraram 2, o que significa que, e esquecendo que ainda podem sair um ou dois jogadores, se esperam pelo menos 5 ou 6 reforços. Que devem ser mais qualificados do que aqueles que entraram até agora. A questão é que faltam três semanas para o campeonato começar, o que significa que Sotiris Silaidopoulos está a trabalhar com a equipa do ano passado, sem os que saíram. Os reforços vão chegar às pinguinhas e provavelmente perto do encerramento do mercado, a 31 de agosto. Porquê? O negócio com Tiknaz falhou, Mizsta parece não ter pretendentes e Clayton é a última esperança para a SAD fazer mais-valias. Sem dinheiro fresco, Marinakis vai apertar a torneira e talvez os reforços não sejam exatamente aqueles que se esperam para um plantal «altamente competitivo». Continuemos a aguardar.

2. Para já mudou o treinador, o que pode dar um novo ímpeto à equipa (nem Freire nem Petit conseguiram potenciar o plantel, embora a culpa não seja unicamente deles). Mas não só. Se repararmos, além dos dois treinadores, saíram o diretor desportivo, o diretor geral, o diretor jurídico e entraram dois novos administradores (Ignacio Beristain e Lina Soloukou). Época nova, vida nova? Mais uma vez, resta-nos aguardar para perceber como será estruturada a nova época. É Beristain quem manda em tudo?

3. A crónica anterior dava conta de uma Assembleia Geral e 15 dias depois houve nova reunião magna dos sócios, desta vez extraordinária, para tratar da substituição de Henrique Maia, presidente-adjunto e representante dos sócios na SAD. A presidente do Clube aproveitou a demissão do presidente-adjunto para também o substituir na SAD. Opus-me, porque não misturo as coisas nem vejo razões para mudar de opinião um ano depois, mas está mais do que provado do que a presidente possui uma capacidade de mobilização extraordinária, pelo que a proposta de continuidade de Henrique Maia foi simplesmente trucidada. Uma crítica a Henrique: saiu e não explicou porquê; mostrou disponibilidade para continuar e não explicou porquê. Foi, aliás, esse principal o pretexto usado por quem o queria ver fora. Infelizmente, ele deu o flanco.

4. Na AG ordinária do final de junho, duas novidades importantes: o Rio Ave vai ter uma equipa competitiva na primeira divisão de futsal (que evite estar a lutar para não descer – não esquecer que o futsal é o que o resta ao Clube, depois da passagem da equipas competitivas para a SAD) e, no capítulo das obras, além da reparação da bancada destruída pela depressão Martinho, foi a anunciada a construção, no topo norte do estádio, de um novo edifício exclusivo para os trabalhos do futebol profissional, além da construção de dois novos relvados naturais, sendo um deles um mini-estádio que apoiará a realização dos jogos da equipa principal feminina e dos sub-23. A médio prazo, teremos uma nova bancada nascente, foi reafirmado.

Nota: Este artigo está na última edição em papel do seu jornal Terras do Ave 

Outros autores de opinião: Romeu Cunha Reis, Miguel Torres, Pedro Pereira da Silva, Adelina Piloto, Elizabeth Real de Oliveira e Carolina Vilano

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