A Real Confraria Villa de Comite completou um ano de existência e fez a segunda cerimónia de admissão de novos elementos (veja lista nesta página) – a entronização –, o que confirma o seu crescimento.

A presidente, Dilma Pontes, conta-nos como tem corrido a sua gestão e quais os anseios da instituição nos tempos mais imediatos.   

 A entrevista está na íntegra na edição em papel do seu jornal Terras do Ave, mas temos a oportunidade de agora publicarmos um primeiro trecho. Contamos fazer o mesmo amanhã.

A Confraria já completou um ano de existência. O balanço é positivo?

Superou as nossas expectativas. Todos podem acompanharmo-nos na página que temos no Facebook e temos lá registadas todas as nossas atividades durante este ano. Foi estrondoso. É o que eu posso adjetivar. Deu muito trabalho, mas foi muito bom.

Neste ano teve o apoio das instituições locais e da própria comunidade, do povo?

Não posso dizer que tivemos porque, para já, ainda não somos muito conhecidos. Participámos em várias procissões, inclusive nas das Paróquia do Senhor dos Navegantes e de Paróquia de São João Batista, que são nossos confrades de honra, e as pessoas ao verem aqueles vestidos de ouro sobre azul [cores do traje], até questionavam o que fazíamos, mas, é claro, aqueles não eram momentos para darmos grandes explicações. Então arranjei uma outra abordagem: na última quinta-feira de cada mês vamos a uma junta de freguesia, fazemos um pequeno cerimonial e depois temos um jantar com o presidente e quem ele achar que deve vir, desde associações a membros do executivo, por exemplo.

A quantas juntas já foram?

Ao fim de um ano, já conseguimos visitar nove juntas de freguesia, o que é excelente. Apenas falhamos no Natal e nas férias. E tem sido muito bom, com uma recetividade incrível

Essas visitas incluem sempre um evento gastronómico. Com que objetivo?

Nós, no maior número possível, vamos a um restaurante que nos é aconselhado pelo próprio presidente. E esse sítio passa a fazer parte do nosso roteiro gastronómico de Vila do Conde.

E com essas incursões o conhecimento foi aumentando?

Sim, acho que as pessoas, em geral, já vão percebendo o que fazemos. Inicialmente algumas até olhavam um bocadinho de lado, não sei se por alguma conotação política que não se justificava, claro. Sou completamente apartidária e avessa a politiquices. Mas lembro-me que uma vez íamos num desfile, aqui em Vila do Conde, e ouvimos: estes são da NAU [movimento político independente] só porque temos a nau quinhentista representada no nosso traje. Agora, com maior esclarecimento, é tudo mais fácil. Estou muito contente com o trabalho que temos feito.

Como é feita seleção dos novos confrades?

Cada confraria tem o seu método. O que queremos é gente que entre para dar valor à terra e que seja mais-valia para a confraria. Que não sejam confrades que se limitam a vestir o traje no primeiro dia e depois desaparecem. Queremos pessoas participativas.  Como costumo dizer, que deem vez, voz e valor a Vila de Conde.

Mas essas pessoas são sugeridas pelos confrades em funções?

Sim. Temos reuniões mensais da direção e debatemos o assunto, se achamos que vale a pena ou não determinada entrada. Não fazemos apadrinhamentos diretos para não ferir suscetibilidades. E em caso de impossibilidade de entrada no dia próprio, estamos já habilitados a entronizar “a posteriori”.

Quantos membros tinha a Confraria até ao último capítulo?

Começamos com 38 confrades, mas um teve de desistir e outro está numa licença sabática e voltará.  Arrancamos também com cinco confrades de honra: a Associação Comercial e Industrial, as paróquias de São João e do Senhor dos Navegantes, a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal.

E quantos elementos entraram agora?

Vinte sendo que destes dois são “Confrades de Honra”: o provedor da Santa Casa, Rui Maia e o presidente da Associação dos Bombeiros , Renato Lapa. E passamos também a ter também dois embaixadores no estrangeiro.

Quantas confraria manifestaram interesse em estar presentes?

Cinquenta e uma delegações, ou seja, 180 pessoas, o que foi um orgulho incomensurável. Tivemos a determinada altura de fechar as inscrições.

De onde vieram?

Do estrangeiro, de Itália, Espanha e Luxemburgo. Os de França, infelizmente, não conseguiram vir. E portuguesas vieram um pouco de todo o lado.

E qual foram os principais pratos gastronómicos divulgados?

Os de peixe, claro, embora tenhamos também em Vila do Conde uma importante atividade agropecuária que divulgamos com todo o gosto. Por exemplo, defendemos e promovemos sempre que possível o consumo de leite. E também os produtos agrícolas. Por vezes, as pessoas desconhecem da riqueza que temos. Olhe, lembro-me de numa visita a Labruge o presidente da Junta me ter dito que era filho, com muito orgulho, de uma “greleira”, uma pessoa que cultivava grelos, que dão sabores a vários pratos. Mas neste caso quisemos mais ir buscar as memórias da pesca: a forreta, a raia com molho fervido, o congro, habitual no Natal, o polvo e, é claro bacalhau, que era apanhado por muitos pescadores das Caxinas.

E doces?

Mais uma vez enveredamos pela memória com várias ofertas e com especial destaque para os cariocas de Vila do Conde que continuam a ser um dos nossos ícones.

Novas entradas

Confrades de Honra

Rui Maia – provedor da Santa Casa

Renato Lapa – Presidente da Associação dos Bombeiros

Confrades efetivos

Fabiana Vilar,

Inês Faria da Costa,

José António Pereira

José Capela

José Paulo Sá e Sousa

Paulo André,

Luís Moura Serra,

Manuel Morim,

Abília Azevedo,

Maria Amélia Carneiro,

Maria Clarice Salari,

Maria das Dores Fonseca,

Maria do Céu Abreu,

Maria João Gonçalves,

Miguel Filipe Costa,

Paulo Jorge Pinto

Silvino Marques

Embaixadores

Enrico Miozzo (Itália)

Ramon Paz Cousido (Espanha)

Este é um assunto que encontra desenvolvido na edição do jornal Terras do Ave como a que já está nas bancas.

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