Na edição em papel do seu jornal Terras do Ave há uma entrevista a Dilma Pontes, presidente da Real Confraria Villa de Comite que, como contámos ontem (acesso no final desta página), completou um ano de existência e fez a segunda cerimónia de admissão de novos elementos (veja lista também no tal acesso) – a entronização –, o que confirma o seu crescimento.
Hoje conseguimos publicar uma segunda parte da entrevista.
Tem ideia qual o número de concelhos onde já esteve a Villa Comite?
Dezenas. É raro o fim de semana em que a nossa confraria não saia para encontros. E muitas vezes até temos representações em três ou quatro sítios ao mesmo tempo.
E tem causado boa impressão?
Sem dúvida. Além do mais temos um traje tão bonito [ver no final da página], criado após um concurso em que venceram Hugo Costa e Joana Campos, que nos orgulha muito. Somos sempre questionados sobre os significados das suas várias partes, o que é sinal da curiosidade que despertamos.
E como é dada essa explicação?
O azul é o do mar, obviamente. E depois temos o aqueduto, que está maravilhosamente bem bordado à volta tal como, nas costas, a nau quinhentista O escapulário tem uma corda vermelha e dourada – duas cores de Vila do Conde – e, preso com nós de marinheiro, aparece o símbolo com a forma de uma roda do leme cujas hastes são bilros. Temos a frase do José Régio, “Entre pinhais, rio e mar…” e o nome da confraria. O chapéu tem uma aba, a lembrar os dos Descobrimentos, e um símbolo em madeira, em alusão às rodas do leme.
A confraria tem apoios institucionais?
Temos um apoio da Câmara como o que é dado a outras instituições de Vila do Conde, à volta de mil euros, mas é um apoio muito reduzido para os gastos. E ao contrário de outras confrarias, não temos uma fonte de receita própria. De resto, as despesas têm sido por nossa conta. Repare, para o nosso capítulo cobrámos 60 euros e se tivermos esse valor como exemplo de outros, percebe o quanto podemos gastar se formos todos os fins de semana. A isso temos de juntar as despesas de viagens e, por vezes, de estadia. É uma brincadeira que sai muito caro. Já tinha feito uns cruzeirinhos com o dinheiro investido.
Onde é a vossa sede?
No meu carro ou na minha garagem. Nesse aspeto tem sido um caos. O que vale é que sou uma pessoa muito organizada. Temos tido a ajuda preciosa da Junta de Freguesia, que nos tem facilitado uma sala para reunirmos, mas o nosso quartel-general é, neste momento, em minha casa. E eu moro no Porto, por isso…
Não é o ideal.
Precisamos urgentemente de um espaço. A Câmara tem-nos ajudado com a cedência de instalações municipais, a polícia, essas coisas logísticas, mas precisamos de um local para reunir, ter as nossas coisas, um endereço e receber pessoas. Estávamos a equacionar contatar presidentes de junta para ver se há, nas suas freguesias, algum local que precise de ocupação, mas seria interessante termos algo onde fosse fácil todos os confrades chegarem facilmente.
Do ponto de vista pessoal como tem sido a presidência?
Cansativa, esgotante, mas muito gratificante. Tenho o maior orgulho em pertencer à nossa confraria e de ter sido uma das suas fundadoras. E, como sempre sonhei, levar o nome de Vila do Conde a todo o lado, mostrando a sua riqueza e beleza. Não é à toa que somos chamados de confrades da “Cascais do Norte”.
Pode aceder a outra parte da entrevista aqui
Este é um assunto que encontra desenvolvido na edição do jornal Terras do Ave como a que já está nas bancas.
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