- Metade dos textos que aqui escrevi, durante a época passada, foram a criticar a forma como a SAD do Rio Ave funcionava, desde a ausência de alguém que percebesse alguma coisa de futebol, até a uma estrutura executiva incompetente, passando pelo que sempre pareceu ser um divórcio entre Vila do Conde e Atenas – absurdo, porque só existe um investidor. Como então escrevi, não se aproveitava nada desta SAD, tirando aquilo que parecia uma tesouraria escancarada para comprar jogadores. A destituição do único administrador executivo que estava em Portugal foi o primeiro passo. Entretanto foi substituído por uma executiva de topo do ‘Marinakis FC’ (Lina Soloukou), que tem real poder de decisão, embora esteja em Inglaterra. Finalmente, nos últimos dias foi confirmada a contratação daquele que foi até há pouco o administrador executivo (CEO) do Estoril e que assumirá as mesmas funções em Vila do Conde. Ou seja, finalmente há quem mande, a SAD passa a ter um rosto. Falta ainda substituir o ‘erro de casting’ chamado Boaz Toshav, que é formalmente o presidente da Administração, e não seria uma surpresa para mim se viesse a ser Alexandrina Cruz a ocupar o lugar (e que, assim, acumularia com a presidência do Rio Ave Futebol Clube). Embora presidente da SAD, o poder real será de Ignacio Beristain, que responde perante Lina e Marinakis. Embora o processo não esteja concluído, são boas notícias, porque – acredito – o funcionamento da SAD não pode piorar.
- O Rio Ave FC reuniu em Assembleia Geral Ordinária no final do mês passado e, para além do que foi anunciado (e de que falarei na próxima crónica), a reunião ficou marcada pela demissão do presidente-adjunto e vice-presidente, Henrique Maia. Embora essa demissão não tenha sido formalmente anunciada na AG, soube-se imediatamente após e provocou legítimas ‘ondas de choque’. Afinal, trata(va)-se do nº2 da equipa de Alexandrina Cruz e figura muito conhecida em Vila do Conde, precisamente pela sua associação ao Rio Ave. Sabe-se – e posso confirmá-lo – que a demissão resulta de divergências pessoais. Como quase sempre acontece nestes casos, mútuas. E que se vinham arrastando no tempo. Tenho uma enorme consideração pelo Henrique e, muito mais, pelo seu Rioavismo. Mas chega uma altura na vida em que é melhor clarificar e seguir em frente. Por mim, e para terminar, continuará como representante dos sócios na SAD e, mesmo que não seja essa a vontade da Direção, acho que, chegada a hora da respetiva AG, se devia candidatar ao lugar. Se for preciso, serei o primeiro subscritor.
- Embora longe de Vila do Conde, porque o estádio e o relvado estão em obras, a equipa de futebol começou a trabalhar. Com novo treinador (o até agora nº2 do Olympiakos, vencedor da Youth League em 23/24, Sotiris Silaidopoulos) e ainda sem qualquer reforço, a SAD parece estar à espera de vender Clayton ou Miszta para gastar em novos jogadores. Para já, sabe-se que saíram 7 (mas Tiknaz é o único de que poderemos ter saudades), mais Vítor Gomes, e que vários empréstimos terão sido renovados ou contratados em definitivo (Ntoi, Abbey, Bakoulas, Panzo, Sina e Omar Richards). Como ainda ninguém explicou quais serão os objetivos desportivos para a próxima época, é difícil avaliar se os que estão chegam ou são precisos outros. Se a equipa será baseada em jovens gregos e de outras nacionalidades ou se haverá alguns reforços que façam a diferença. Aguardemos, pois.
Nota: Este artigo está na última edição em papel do seu jornal Terras do Ave (veja o que traz aqui).
Outros autores de opinião: Abel Maia, Gualter Sarmento, Pedro Pereira da Silva, Joaquim Pereira Cardoso e Fátima Augusto.