Passadas as eleições legislativas, o foco político vira-se para as autárquicas que deverão ocorrer em setembro ou outubro,  o Terras do Ave convidou Nádia Marques (CDU) e Pedro Silva (Chega) a responderem às mesmas perguntas para que os vilacondenses possam aferir das eventuais diferentes propostas de cada um.

Começamos por Nádia Marques, da CDU, e amanhã contamos publicar o inquérito a Pedro Silva.

Como é que se apresenta aos eleitores que não a conhecem?

O meu nome é Nádia Marques, sou uma vilacondense preocupada em contribuir para uma mudança positiva na qualidade de vida de todos os que vivem e trabalham em Vila do Conde. Sou militante do PCP, membro da Comissão Concelhia e sou eleita na Assembleia de Freguesia da união de freguesias de Bagunte, Ferreiró, Outeiro Maior e Parada. Sou uma vilacondense como todos os outros que aqui vivem e trabalham, e que diariamente se deparam com a falta de resposta para os seus problemas reais, que surgem em muitos e diversos níveis.

Qual a razão que a leva a encabeçar a lista da CDU e a candidatar-se à presidência da Câmara?

Durante os últimos 50 anos de poder autárquico, a governação maioritariamente do PS interrompidos por um mandato da NAU, não proporcionou o crescimento que Vila do Conde merece, nem garantiu aos vilacondenses uma qualidade de vida adequada. Sendo um município com grande potencial urge trazer para a mesa soluções políticas alternativas, tendo como objetivo um desenvolvimento sustentado para todos. Há muito trabalho a ser realizado, que tem sido descurado pelas sucessivas governações, pelo que faz todo o sentido encabeçar uma lista da CDU à Câmara Municipal de Vila do Conde. Além do mais, a lista que encabeço é composta por um colectivo de pessoas muito capazes, que resultará numa candidatura alternativa importante, focada em dar respostas às preocupações mais prementes da população. Penso que a minha candidatura pode ser um agente de mudança no sistema de alternância democrática, e elevar a qualidade do debate político.

Qual o balanço que faz da gestão camarária recente e particularmente dos últimos quatro anos?

No seguimento do que expliquei acima, o balanço que faço da governação camarária é bastante deficitário. Temos um serviço privado de água e saneamento que continua a ser dos mais caros do país, não temos investimento adequado em redes de transportes públicas focadas no interesse dos munícipes, temos um concelho muito assimétrico quer da freguesia de Vila do Conde para as restantes, quer do litoral para o interior. A CM continua sem dar resposta às necessidades de habitação do concelho, veja-se o caso do programa 1º Direito. O executivo camarário não representou os interesses dos vilacondenses quando houve oportunidade de abolir as portagens na A28 nem aquando da discussão do orçamento de estado no que respeita à construção do Centro Hospitalar Vila do Conde Póvoa. E estamos a falar só dos últimos 4 anos. Por fim, temos um executivo camarário que foca a sua intervenção na organização de festas e eventos, deixando muitas ações que são primordiais para a população por implementar.

Se for eleita quais serão as suas prioridades de atuação?

Se for eleita, as minhas prioridades serão melhorar os serviços prestado pela Câmara Municipal, a todos os níveis desde a habitação ao abastecimento de água, desde o transporte à melhoria das infraestruturas de acesso às freguesias, criar um concelho mais homogéneo, de forma proporcionar as melhores condições de vida para todos. Acima de tudo pretendo definir uma visão a médio-longo prazo para o desenvolvimento, que garanta a sustentabilidade das medidas, ou seja criar um Município para Todos os vilacondenses.

Nesse contexto, apresente duas ações concretas das quais, no seu entender, o concelho está carente.

Certamente repensar a estratégia de mobilidade, de forma esta seja integrada e integral. Vila do Conde é um município vocacionado para a mobilidade individual, dando-se primazia à utilização do automóvel. Esse é um paradigma que urge mudar se queremos cidades mais resilientes. Em segundo lugar a acção climática, que acaba por estar relacionada com a primeira. Vila do Conde está desprovida de uma visão integrada para a resposta às alterações climáticas, que será de crucial relevância para a sobrevivência do nosso território já no curto prazo. Uma terceira (se me for permitido) é definitivamente reverter o acordo de concessão com a Indáqua, e devolver a gestão da água e saneamento à esfera do Município.

O que pode prometer aos vilacondenses indecisos e que os levem a optar por votar na CDU?

O que penso que já sabem: que onde há eleitos da CDU os cidadãos estão mais bem representados. Que cada eleito da CDU é um garante da melhoria do funcionamento das estruturas democráticas, em particular do poder local. Que levaremos os problemas reais das pessoas reais à discussão para garantir soluções. Por fim, assegurar aos indecisos que temos um programa efectivo para o desenvolvimento do Município, baseado no conhecimento real das necessidades e com respostas estudadas e fundamentadas, não fazemos campanha panfletária. E por fim, que estarei sempre disponível para atender às preocupações dos vilacondenses.

Esta é uma entrevista que encontra na íntegra na edição em papel do Terras do Ave.

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