As eleições de 18 de maio aclararam o futuro político imediato do País.

Devo confessar a deceção sentida no próprio dia. Amante da democracia, rapidamente digeri o resultado. Não tenho aqui espaço para cogitar muito sobre as causas do desaire do Partido Socialista, que mereceu o meu voto. Mau resultado ao nível nacional, apesar do esforço do líder, da campanha e do programa sensato com que me identificava mais e mau resultado ao nível local não só justificado, mas também, pela ausência de campanha e de compromisso da comissão política local e da quase ausência do líder concelhio. Algo nunca visto. Confere com o que penso. Não é o PS que está no poder em Vila do Conde. É uma coisa diferente. Podem pensar-se muitas teorias sobre os resultados destas eleições, mas uma delas não é seguramente a de culpabilizar os eleitores. Provavelmente o caminho mais correto é fazer o mea culpa, para alterar posicionamentos e, ao mesmo tempo, perceber onde a comunicação, o programa e o líder não foram eficazes. Nestas eleições a minha escolha perdeu. Teremos a seguir as eleições autárquicas, ainda é cedo para escolher.

Depois serão as presidenciais. A política ficou como o futebol, quase dirigido por um batalhão de comentadores. Fazem candidatos e destroem canditados. São os tempos novos. O mesmo está a acontecer com as presidenciais. A comunicação social andou estes últimos anos a fazer de Gouveia e Melo candidato, ao ponto de ele se esquecer – já não é primeira vez – do que dissera: “Se isso acontecer [entrada na vida política], dêem-me uma corda para me enforcar”.  Entrou na política e não se caia na asneira de lhe oferecer a corda, porque a política é algo de nobre e ele não sabia o que dizia naquela altura, desdenhando a política, antes de ser elevado pela comunicação social a presidenciável.  Corre o risco de se eleger, só porque distribuiu vacinas e é militar.  Eu já tenho escolha. Seguro, seguramente.

Nota: Este artigo está na última edição em papel do seu jornal Terras do Ave (veja 1.ª página aqui)

Outros autores de opinião: Gualter Sarmento, Abel Maia, Pedro Pereira da Silva, João Paulo Meneses e Carolina Vilano

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