O presidente da Câmara de Vila do Conde confirmou, esta tarde de quinta-feira, que o edifício do desativado Palácio Hotel, que funcionou no espaço na esquina das avenidas Bento de Freitas e Baltazar do Couto, vai ser demolido para dar lugar a um complexo habitacional e comercial com uma cércea de rés-do-chão mais três pisos.
Vítor Costa revelou, no final de uma conferência de imprensa agendada o edil falar sobre outros assuntos – habitação social, a obra de conserto do muro na Praça da República e a recuperação do Largo da Trindade em Ferreiró – que, no passado dia 1 de junho (um domingo), a vereadora Sara Lobão aprovou, por despacho, o projeto de arquitetura apresentado pela empresa Monte Carlos que, por sua vez, está agora em condições de submeter o “projeto de estabilidade” e solicitar a licença para arrasar o antigo hotel.
No seu lugar, sob o desenho do arquiteto Silva Garcia, irá aparecer um edifício com 56 fogos (oito de tipologia T1, 34 serão T2, 12 com três assoalhadas e dois com quatro) e com lojas, no rés-do-chão, no lado sul virado para os jardins da Avenida Júlio Gralça. O limite Norte será a rua Independência da Guiné.
A fração do novo imóvel na esquina sul será cedida ao município e terá uma “Vitrine Memória” lembrando que ali em tempos houve um hotel.
A utilização de elementos cor-de-rosa na fachada vai acentuar essa memória e casar com a cor do Centro Municipal da Juventude na esquina oposta.
A intervenção prevê ainda a demolição de duas casas, adquiridas pelo proponente, levando o prédio mais para poente, até à pousada.
Fazendo um historial do processo, Vítor Costa disse que o edifício do antigo hotel “nunca foi classificado nem sequer de interesse municipal”.
Ainda assim, a Câmara resolveu encomendar um estudo ao Instituto para a Construção Sustentável, da Universidade Universidade do Porto, que concluiu que “ a manutenção da estrutura atual do edifício não seria de todo viável, dado o elevado estado de degradação que colocam em risco grave a a segurança”.
“Resolvemos um problema com 56 anos”, clamou o autarca.
Como o Terras do Ave já lhe contou o antigo Palácio Hotel de Vila do Conde foi inaugurado em 1887 como “Hotel Avenida” e nos anos 20 do séc. XX sofreu obras de renovação sob um projeto de Francisco D’Oliveira Ferreira que tornou a unidade, batizada então de Palácio Hotel, num suporte da atividade do Casino ali ao lado (no edifício do atual Centro da Juventude).
No entanto, a saída do Jogo para a Póvoa, gerou dificuldades no hotel que encerraria em 1958.
Houve uma tentativa de retoma de atividade em 1960, mas antes do final dessa década, o serviço hoteleiro fecharia para sempre.
Após o 25 de Abril, o espaço foi albergue de retornados das ex-colónias, escola provisória e ponto de pernoita dos participantes na Feira Nacional de Artesanato.
Teve também vários donos como a seguradora Mundial Confiança, o Grupo Irmãos Gomes Ferreira e até a Santa Casa que pensou abrir lá um hotel geriátrico.
A Misericórdia vendeu o imóvel há pouco mais de dois anos e agora a promotora agora é a construtora Monte Carlos, sediada sediada na Póvoa de Varzim e fundada por Luís Marques da Silva (vimaranense da freguesia de São Martinho de Sande), em 1967, no Mónaco, em França.
Em Vila do Conde, os seus projetos mais da Monte Carlos conhecidos foram (são) os edifícios “Sealine” (Avenida Brasil) e “Vila Maré” (Av. Artur Cunha Araújo).
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Fração que será cedida ao município


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