Carros estacionados em Vila do Conde foram também alvo de um alegado grupo criminoso que, entre março e agosto do ano passado, se dedicou a furtar veículos que depois eram desmantelados ou “camuflados” com chapas de matrículas de outros automóveis.
Houve registos de outras situações, associadas ao mesmo grupo, ocorridas na Póvoa de Varzim, Matosinhos, Maia, Porto, Braga, Vila Nova de Famalicão, Castelo Branco e Cascais.
“Para o sucesso dos furtos, muniam-se de equipamentos eletrónicos específicos como rastreadores GPS, emuladores e dispositivos Jammer (inibidores de sinais de GPS) e, quase sempre aparcavam os veículos subtraídos em locais diferentes e por dias, para despistar qualquer localização pelas autoridades policiais ou proprietários”, conta o Ministério Público (MP).
No despacho de acusação do MP do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto, anunciado agora pela Procuradoria Distrital, constam 25 arguidos, dos quais quatro estão acusados de furto qualificado (só o “principal autor” encontra-se em prisão preventiva).
Um dos elementos desse quarteto geria uma sociedade que responderá por um crime de branqueamento (“chegou a adquirir um imóvel cujo pagamento foi assegurado com os proveitos ilícitos”, especifica o MP) e mais 16 pessoas estão acusadas de “crimes de recetação e de recetação agravados”.
Uma funcionária de “de uma conservatória da Trofa” que terá “fornecido, de forma ilegítima, a outro arguido, por diversas vezes, nomes e moradas dos proprietários de veículos”, responderá crimes de acesso ilegítimo agravado e crimes de violação do dever de sigilo, adianta o MP.
Um indivíduo vai responder por ter feito uma “falsa participação [de furto] à respetiva companhia de seguros” entre outros supostos implicados em diversas práticas delituosas descobertas na investigação.
Segundo a informação da Procuradoria Distrital do Porto “foi calculada uma vantagem da atividade criminosa superior a 650 mil euros” que o MP “requereu que fosse declarada perdida a favor do Estado, sem prejuízo dos direitos dos ofendidos”.
A Segurança é um dos temas que encontra na edição em papel do seu jornal Terras do Ave (veja 1.ª página aqui )

