O “Dia do Trabalhador” teve o seu prólogo em 1 de maio de 1886, data em que se realizou nos Estados Unidos, mais concretamente na cidade de Chicago, a primeira greve geral que reuniu cerca de 340.000 trabalhadores de todo o país, com o objetivo de conquistar melhores condições laborais, particularmente redução do horário de trabalho. Em 1890, o Congresso americano aprovou a redução da carga laboral diária de 16 para 8 horas, situação que prevalece até hoje em muitos países. Em Portugal, a primeira manifestação do 1.º de Maio aconteceu em 1890, e se na capital foi tímida, na cidade do Porto foi muito expressiva, não é por acaso que o Porto é apelidado “Capital do Trabalho”.

Em Vila do Conde, durante a 1.ª República, a “Construtora”, associação das quatro classes de construção civil, pediu autorização para comemorar o 1.º de Maio na Praça de S. João (dentro do mercado). No período da ditadura, as tentativas de comemorar o Dia do Trabalhador eram violentamente reprimidas pela polícia política.

Após a Revolução dos Cravos, o data passou a ser feriado nacional e a ser festejada efusivamente. No 1.º de Maio de 1974 muitos milhares saíram à rua para comemorar a liberdade e a democracia e, para fazer as suas revindicações laborais. E desde então, o 1.º de Maio em Portugal é um dia de luta das classes trabalhadoras lideradas pelas associações sindicais, no sentido de denunciar as injustiças e discriminações que persistem, e reivindicar melhores salários e melhores condições de trabalho.

Em Vila do Conde, a 1 de maio de 1944, D. António Bento Martins Júnior, Arcebispo Primaz de Braga,  ilustre filho da nossa freguesia de Arcos, veio a Vila do Conde inaugurar a Casa dos Pescadores, o Bairro Social e a Capela de Nossa Senhora dos Pescadores no mesmo bairro piscatório das Caxinas. Foi dia de rija festança e de fervor religioso, no qual se incorporaram os homens e mulheres do mar.

No 1.º de Maio de 1984, o Rio Ave F. C. disputou pela primeira vez a Final da Taça de Portugal, no Estádio Nacional, contra a forte equipa dos dragões. Vila do Conde ficou deserta nesse dia, milhares de aficionados deslocaram-se a Lisboa em camionetas fretadas para o efeito. O resultado do jogo foi favorável ao Futebol Club do Porto pela margem de 4 bolas a uma, o que entristeceu os vilacondenses e evidenciou as diferenças entre as duas equipas. O solitário golo do Rio Ave, o ponto de honra, só aconteceu ao minuto 90 e foi marcado por N`Habola, que entrou no desafio só na 2.ª parte.

Este artigo está na última edição em papel do seu jornal Terras do Ave (veja a 1.ª página aqui)

Outros autores de opinião: João Paulo Meneses, Abel Maia, Pedro Pereira da Silva, Gualter Sarmento, Miguel Larangeira e Carlos Real.

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