Este fim de semana mudou a hora e entrámos no horário de verão. No dia 26 de março, celebrou-se também o Dia de Vila do Conde, uma cidade com 1072 anos de história. Mas enquanto o tempo avança, a política local parece estagnada. Impõe-se a pergunta: estão os atuais líderes à altura deste legado?

Desde as primeiras eleições democráticas em 1976, o Partido Socialista (PS) tem dominado o poder local, com uma única interrupção. Essa exceção aconteceu quando Elisa Ferraz, ex-membro do PS, rompeu com o partido e venceu as eleições com o movimento independente NAU (Nós Avançamos Unidos). Apesar desse momento de rutura, o PS retomou o comando e, desde então, tem mantido a liderança, atualmente com Vítor Costa.

Estudos demonstram que governos com maior participação feminina tendem a privilegiar políticas sociais, educação e sustentabilidade – áreas fundamentais para uma cidade com o potencial de Vila do Conde. A liderança feminina equilibra pragmatismo e empatia, qualidades essenciais para gerir uma comunidade que procura evoluir sem perder a sua identidade.

Os sinais de mudança já se fazem sentir. Nas próximas eleições autárquicas, duas mulheres destacam-se na corrida: Luísa Maia (PSD), advogada e atual líder da concelhia social-democrata, e Nádia Marques (CDU), representante da coligação comunista. Ambas apresentam propostas distintas, mas partilham um objetivo comum: renovar a política local.

Luísa Maia aposta numa “liderança humanista e responsável”, focada na mobilidade e no desenvolvimento económico. Por sua vez, Nádia Marques deverá apresentar uma agenda centrada na justiça social e no reforço dos serviços públicos. Independentemente da orientação política, a sua presença na disputa representa um avanço significativo.

No aniversário da cidade, é tempo de exigir uma viragem. Vila do Conde merece uma liderança que una passado e futuro, com uma visão mais inclusiva, transparente e inovadora. Que as próximas eleições marquem o início de uma nova era política – onde a voz feminina se torne uma força incontornável na construção do amanhã.

Este artigo integra a última edição em papel do seu jornal Terras do Ave (veja 1.ª página aqui)) .

Outros autores: João Paulo Meneses, Miguel Torres, Romeu Cunha Reis, e Carlos Real.

 

Array