Àqueles que sirvo e amo, paz e bem!
É tão belo escutar a voz de Jesus que, ininterruptamente, nos diz: “Olha que Eu estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, Eu entrarei na sua casa” (cf. Ap 3, 20).
Queridos amigos, com esta mensagem pascal gostava de vos levar a refletir e a viver a importância da Páscoa nas nossas vidas, na nossa comunidade, na Igreja de Jesus Cristo. A Páscoa é momento de renovação. É passagem da morte à vida. É o convite a abraçar a esperança que jorra da cruz. É o Ressuscitado que nos concede a promessa de uma vida nova, um reinício que não se encerra no tempo, mas que se estende para a eternidade.
A visita pascal, de casa em casa, é a expressão viva desse sentimento que renova a fé e robustece os laços de fraternidade. Levar Jesus, de porta em porta, com cânticos de alegria, intercalados pelo som das campainhas que tilintam a voz de Deus, expressa, de forma concreta, o cuidado pastoral da Igreja. Ela não restringe as festividades pascais a meros atos litúrgicos, mas dá-lhe verdadeiro significado ao expandir da casa de todos para a casa de cada um a alegria da ressurreição como experiência viva e profunda do que significa ser “um só corpo” (Cf. 1 Cor 12, 20). Trata-se, pois, de um momento belo, em que a Igreja peregrina, em êxodo, encarna a sinodalidade, numa relação profunda com Deus e em saída, ao encontro de todos, de cada célula viva da Igreja, perscrutando particularmente os que mais necessitam, a nível espiritual ou material, de uma palavra de esperança ou um gesto de caridade. É aí que se situam os mais idosos e doentes, e todos os outros que se veem impossibilitados de participar ativamente nas celebrações litúrgicas.
Ainda, no meio de tantas mutações sociais, em que acolhemos cada vez mais homens e mulheres, vindos de outras latitudes, gostava de olhar a Páscoa como uma possibilidade de acolhimento e inclusão, particularmente para aqueles que lutam para se fazerem entender. Peço que a linguagem pascal, de amor louco e incondicional, que sai às ruas e visa levar Jesus a todos e todos a Jesus, os ilumine. Ela tem essa força de luz ao fundo do túnel, capaz de integrar, amparar e impulsionar para uma vida nova, uma vida pascal.
A Páscoa, neste mundo fragmentado, apesar das muitas crises, intrínsecas e extrínsecas à Igreja, permanece como um farol de esperança, lembrando-nos que, mesmo no meio do sofrimento e da dor, há uma luz que brilha: a luz de Cristo ressuscitado, que nos chama a ser artesãos da paz e da justiça.
Neste tempo tão marcante para a Igreja Católica, recordemo-nos do nosso querido Papa Francisco, farol de orientação para a Igreja e para o mundo. Que o Senhor Ressuscitado, que confiou a Sua Igreja a Pedro e aos seus sucessores, lhe conceda força, saúde e ânimo para que nos continue a guiar no caminho da esperança.
Por intercessão de São João Baptista, nosso padroeiro, imploro para todos vós a bênção de Deus!
Pe. Paulo César, Prior de Vila do Conde
A Religião é uma temática habitual na edição em papel do seu jornal Terras do Ave como a que está nas bancas (veja a 1.ª página aqui)

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