Na edição imediatamente anterior à celebração do 51.º aniversário da revolução do 25 de Abril que terminou com a ditadura e abriu portas à democracia, o Terras do Ave dirigiu às nove forças políticas que concorreram às últimas eleições autárquicas, a questão que está em título.

Eis as respostas de quem quis participar (e não foram todas) pela ordem dos resultados obtidos no escrutínio autárquico:


 

Nós Avançamos Unidos (NAU)

O 25 de abril de 1974 foi, provavelmente o dia mais importante da história recente de Portugal. Na sua essência, o 25 de abril veio conferir a liberdade nas suas mais variadas vertentes. Em Vila do Conde, verifica-se uma suspensão dos valores de abril. Vivemos atualmente tempos em que o culto da imagem do líder, os controlados órgãos de comunicação social, as constantes aparições públicas com centenas de fotos, as práticas demagógicas e de pressão aos adversários, do dividir para reinar, do quem não está comigo está contra mim, nunca estiveram tão visíveis como as que atualmente vivenciamos. Para os que ainda se lembram, Portugal era assim antes de abril de 1974.Ver algumas pessoas de cravo ao peito nas cerimónias de comemoração do 25 de abril é um insulto para a democracia, a não ser que o cravo seja a fachada para mais uma fotografia, que como as demais, constantemente vão enganando os Vilacondenses.


 

Partido Social Democrata (PSD)

Uma das mais importantes conquistas da Revolução de Abril de 1974 realizou-se no poder local com as primeiras eleições autárquicas em 1976. Uma eleição por cidadãos com proximidade, assegura um maior escrutínio aos atos praticados para que estejam de acordo com a vontade coletiva. O exercício da democracia exige transparência dos governantes e o respeito pelo papel de cada órgão autárquico. Em Vila do Conde é urgente melhorar a democracia, defendendo-a dos velhos e novos ataques e contribuindo claramente para o aprofundar do debate, e consequentes decisões, que marcarão o desenvolvimento da nossa terra. Em ano de mais umas eleições autárquicas, o PSD Vila do Conde tem esperança que no futuro se possa continuar a cumprir Abril com uma gestão camarária responsável, transparente e com respeito pela democracia local.


 

Partido Chega

Há 51 anos Portugal conquistou a liberdade. Em Vila do Conde, episódios recentes mostram que Abril ainda está por cumprir. Quando um munícipe receia expressar o seu sentido de voto por medo de represálias, Abril não está cumprido. Quando um deputado municipal é silenciado ao expressar uma opinião legitima, Abril não está cumprido. Quando, um cidadão é impedido de questionar sobre o destino da sua terra, Abril não está cumprido. Quando a presidente da Assembleia Municipal profere ameaças contra um eleito, Abril não está cumprido.25 de Abril trouxe a promessa da liberdade de expressão e da igualdade de todos perante o poder político. Hoje em Vila do Conde, a voz do povo é abafada para se agradar às elites.


 

Partido Comunista Português (PCP)

A revolução de Abril garantiu as mais amplas liberdades políticas, sociais, económicas e culturais, inscritas na Constituição da República Portuguesa (CRP) que contém os valores de Abril na lei fundamental.  A política de direita que tem vindo a ser aplicada põe em causa o cumprimento da CRP e dos valores do 25 de Abril e as consequências em Vila do Conde são visíveis:Na desigualdade de rendimentos que empobrece trabalhadores e pensionistas, na falta de igualdade de acesso aos serviços públicos, nomeadamente ao SNS, na falta de acesso à habitação, no desrespeito dos direitos dos trabalhadores (trabalho por turnos e ataque à liberdade sindical) ou no desenvolvimento da agricultura e da pesca.


 

Iniciativa Liberal (IL)

Em Vila do Conde, o 25 de Abril ainda está por cumprir.  Temos um executivo que governa como se a Câmara fosse um feudo pessoal — opaco, mais preocupado em aparecer do que em fazer, e diligente na ocultação de contratos públicos pagos com o dinheiro dos vilacondenses. A Assembleia Municipal, por sua vez, pratica uma curadoria documental seletiva, pouco amiga da luz. O debate público é tratado como um incómodo: relegado para as horas mortas, com os cidadãos tolerados apenas no fim, como quem atrasa o descanso dos senhores eleitos.  Se o 25 de Abril é liberdade, participação e responsabilidade, então, por cá, ainda é véspera.


O 25 de Abril é um dos temas fortes da  edição em papel do seu Terras do Ave como a que está nas bancas (veja a 1.ª página aqui)

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