1. O estádio do Rio Ave tem sido, nestes anos, o pior da primeira liga, sem que nada se soubesse, até agora, sobre o que estava planeado fazer pelo investidor para alterar a situação, sabendo-se apenas que prometeu pelo menos uma nova bancada. Acontece que tempestade Martinho poderá ter dado uma ‘ajuda’ no sentido de clarificar a situação: a parte superior da única bancada ficou de tal maneira destruída que alguma coisa, agora, tem de ser feita. A ser verdade o que disse, em dezembro, o presidente da SAD, Boaz Toshav, que já estava “em marcha o projeto de beneficiação do Estádio e Complexo Desportivo, para melhorar condições afetas aos trabalhos do futebol profissional, mas também dos nossos sócios e adeptos”, então as coisas serão mais fáceis. É preciso acelerar a construção de uma nova bancada nascente e depois ver o que se faz com a atual. O problema, para os sócios, é que, como sempre tem acontecido, nada sabemos. A alma dos Rioavistas está ferida, mas ninguém parece preocupado com isso. Na próxima segunda-feira o Rio Ave recebe o Boavista e só nos últimos dias é que se ficou a saber que os jogos, até final da época, serão em Paços de Ferreira. O Rio Ave, desde António Silva Campos, nunca se distinguiu por uma política de abertura e partilha de informações com os sócios, com a SAD piorou.
  2. O investidor da SAD, Evangelos Marinakis, terá estado em Vila do Conde na semana passada para ver os danos causados pela tempestade. Como se soube? Porque foi visto por várias pessoas. Mas, como não há confirmação oficial, escrevo ‘terá estado’. Apesar de Marinakis já se ter referido várias vezes ao seu (investimento no) Rio Ave, nem uma vez o Rio Ave se referiu a ele. É como se pai admitisse, embora com atraso, a paternidade, mas o filho não reconhecesse o pai, embora viva à custa dele… A minha explicação para este mundo meio surreal em que está mergulhada a instituição Rio Ave FC é a seguinte: uma vez que pelo menos duas vezes responsáveis da SAD disseram que o objetivo é ver a equipa a disputar os lugares europeus e a UEFA tem uma política de multiclube que ainda não se percebeu bem, o Rio Ave não quer dar argumentos a qualquer inibição – até porque na verdade o dono da SAD é o filho de Marinakis. Mas, já agora, não seria adequado falarem todos a uma só voz?

Deixo para o fim aquilo que deveria ser o mais importante para os adeptos, o futebol. Isso reflete o que penso ser o sentimento de todos os Rioavistas: esta está a ser uma época desinteressante, em que raramente se viu a equipa a jogar bem e em que a vitória sobre o Braga parece ter sido um caso isolado. Na última jornada, frente a uma equipa que não é melhor, o Casa Pia, o Rio Ave sofreu mais uma derrota. Faltam sete jogos para somar seis pontos e encerrar de vez uma época… desinteressante. A menos que os dois jogos frente ao Sporting, nas meias-finais da Taça de Portugal, salvem a época. O meu maior desejo: que o leitor do Terras do Ave possa festejar uma vitória na primeira mão, em Alvalade. E o resto? tudo o vento levou…

Este artigo está na edição em papel do seu jornal Terras do Ave que já encontra nas bancas (veja aqui). Outras opiniões são assinadas por Romeu Cunha Reis,  Elizabeth Real de Oliveira, Miguel Torres e Carlos Real.  

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