A abrir a reunião pública do executivo camarário de Vila do Conde desta 5,ª feira, o presidente Vítor Costa apresentou uma declaração política (assinada por todos os vereadores eleitos pelo PS mais a independente Dália Vieira), intitulada “Para Memória Futura”, na qual deu a entender que apresentou ao Ministério Público uma queixa relativa ao que apelidou de “campanha de desinformação com mentiras e meias verdades próprias de grupos políticos extremistas e radicais que visam pôr em causa  a estratégia seguida e a seriedade da Câmara, dos seus responsáveis, dirigentes e técnicos”.

Embora a declaração não o diga explicitamente, percebeu-se na posterior troca de argumentos com o vereador Pedro Gomes (Nós Avançamos Unidos (NAU)), que em causa está a abordagem feita pelo movimento independente à contratação, por ajustes diretos, de sete concertos (David Carreira, Projam, Nininho Vaz Maia, festa M80, Delfins, Expensive Soul e Augusto Canário), através de uma mesma empresa (Miguel Castro Oliveira Unipessoal, Lda – IAM Event Production & Brand Consultancy), com preços superiores aos que os artistas praticaram noutros concelhos.

Um assunto que a NAU tem desenvolvido nas redes sociais e que foi a base de um seu comunicado, intitulado “gestão danosa na Câmara de Vila do Conde”, enviado à comunicação social e do qual o seu jornal Terras do Ave, na sua edição em papel que saiu ontem, dá conta em pormenor.

“Aguardamos serenamente que a Justiça, como em caso anteriores, possa defender a Honra e o nome da Câmara Municipal e daqueles que nela têm funções política e técnicas”, disse o edil, justificando que “nos últimos três anos têm sido diversas as empresas a prestarem os serviços imprescindíveis para os diversos programas contratados, nos termos da lei, pela Câmara Municipal em processos de contratação públicos e transparentes”.

Pedro Gomes (NAU) confrontou Vítor Costa com os valores dos contratos, acima do que os artistas cobraram noutros locais, pedindo a explicação das razões para tais pagamentos terem sido praticados, mas o presidente limitou-se a dizer que a resposta a essas questões estava na sua “declaração política”, acrescentando somente em desabafo final: “e depois não tenho dúvidas de que o senhor vereador não se importará de ir ao Ministério Público para provar o que está a dizer”.

– “Espero mesmo que seja a Polícia Judiciária a encontrar a resposta porque num país com uma Justiça a funcionar eu sei onde o senhor acabava”, contrapôs Pedro Gomes.

– “Vamos ver quem vai primeiro ser constituído arguido”, replicou o presidente.

– “Vamos ver”, repisou o vereador da NAU que mais à frente na reunião repetiu várias vezes a frase: “nestes contratos foram subtraídos dos cofres municipais 230 mil euros”.

Os momentos de fricção não se ficaram por aí como vai poder conhecer na próxima edição em papel do seu jornal Terras do Ave que ontem teve uma nova edição (recorde os assuntos em destaque aqui).

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