O ano escolar em Vila do Conde arranca com a manifestação pública de preocupação da Associação de Pais da Escola Júlio Saúl Dias em relação à nova estrutura dos horários que, como admite através da sua página oficial nas redes sociais, tem gerado “reclamações” dos progenitores.
Em causa está a adoção de um regime de seis tempos letivos seguidos durante a manhã e apenas quatro durante a tarde, mudando também o tempo de intervalos entre aulas: de duas pausas de 5 minutos, uma de 15 e outra de 10; o formato passa para uma interrupção de 10 minutos e quatro de cinco.
Pelo mesmo meio difusor, a Associação comprova que, no início de agosto, transmitiu à direção do Agrupamento a “insatisfação” com a medida que “foi implementada sem qualquer consulta prévia aos pais e encarregados de educação” e subscreveu as renitências apresentadas no Conselho Geral do Agrupamento pela representante dos educadores de alunos do ensino secundário.
Desde logo, manifestou o receio do surgimento de “cansaço excessivo”, com “fadiga mental e física” que pode prejudicar o desempenho académico. E mais “cansados e desconcentrados”, os alunos “têm mais dificuldade em assimilar o conteúdo das aulas”
Por outro lado, os “intervalos insuficientes” podem comprometer a alimentação adequada dos jovens e até as idas à casa de banho.
A associação questionou também a direção do Agrupamento sobre se está previsto “algum processo de monitorização e avaliação” do novo horário e, na resposta, o Agrupamento esclarece que “ao longo do ano serão consultados os membros da comunidade escolar para que indiquem eventuais constrangimentos e sugestões de melhoria”.
Lembrando que a alteração foi aprovada em Conselho Geral no dia 25 de julho pela “larga maioria dos seus membros”, o diretor do Agrupamento sustenta que em anos letivos anteriores muitos alunos chegavam às escolas por volta das 8h00 o que implicava “esperas longas pelo início das aulas, muitas vezes à chuva e ao frio”, acontecendo o mesmo ao final da tarde, passando os estudantes mais de 12 horas fora de casa, o que é contraproducente com o que se verifica “no resto da Europa”.
Essa ocupação intensa retira aos jovens, refere, a possibilidade de estudar, participar em atividades desportivas ou recreativas,
Francisco Pimenta invoca ainda que “existem inúmeros estudos que comprovam que a concentração de alunos é superior durante a manhã” e, com alteração, “é bem possível que boa parte dos 5.º,6.º,9.º, 11.º e 11.º anos” tenha zero ou no máximo, um dia misto” (manhã e tarde).
A modificação permitirá igualmente que o último tempo de aulas seja das “16h35 às 17h25, evitando que os alunos saiam das escolas de noite nos meses de outono e inverno”.
Quanto aos intervalos, o responsável pelo Agrupamento considera que o modelo adotado torna “viável” a deslocação entre salas e a ingestão de lanches e “inibe também a deslocação de alunos ao exterior da escola para compra de comidas e bebidas não saudáveis”.
Não está, no entanto, afastada a possibilidade de, tal como sucede noutras escolas, serem eliminados um ou mais intervalos para aumentar o tempo de outros.

