1. Os Rioavistas sabem que a SAD recentemente criada é propriedade de um cidadão grego e alguns até saberão o seu nome de cor, pelo menos o apelido, Marinakis. Não existe, contudo, qualquer prova que relacione esse empresário com a SAD do Rio Ave FC. As únicas referências surgiram nas últimas assembleias gerais, principalmente na primeira extraordinária, pela voz da presidente do Clube, Alexandrina Cruz. Se consultarmos o site a palavra Marinakis não surge e, se consultarmos os estatutos da SAD, surge a referência a uma empresa chamada Rah Sports Investments Limited, sediada no Chipre. Penso que fui o primeiro a escrever que é uma empresa detida a 100 por cento por Miltiades Marinakis, filho de Evangelos Marinakis, mas não tenho confirmação oficial (não li os estatutos dessa empresa, mas também não fui desmentido). O que me parece é que está em marcha um processo, que poderíamos designar como de dissociação, entre a SAD do Rio Ave e o empresário Marinakis. O último exemplo aconteceu na semana passada: a pessoa em causa fez anos e foi saudado nas redes sociais do Olympiakos (“parabéns ao nosso presidente”) e do Nottingham Forest (“parabéns ao nosso proprietário”), mas não do Rio Ave. Não foi esquecimento. Até porque quando o/a presidente da Direção faz anos há sempre essa evocação.
  2. Por é que isto está a acontecer? Vou deixar aquela que é a minha versão dos acontecimentos: apesar de ter permitido ao Manchester City e ao Girona (ambos do mesmo City Football Group) disputarem a Champions League e ao Manchester United e ao Nice (ambos da Ineos) a próxima Liga Europa, a UEFA tem regras definidas sobre a multipropriedade de clubes. Na última Assembleia do Rio Ave, o administrador executivo da SAD, Diogo Ribeiro, falou nas vantagens do multiclube (sem referir que outros clubes seriam, mas deduziu-se) e neste mercado de transferências vimos surgirem negócios envolvendo Rio Ave, Olympiakos e Nottingham Forest (além, claro, de outros). Ou seja, há a multipropriedade, mas ela não é assumida explicitamente. Algum dia veremos o senhor Marinakis no Estádio do Rio Ave?
  3. Pelo que se percebe a questão coloca-se quando equipas de diferentes países, pertencendo a um mesmo proprietário, disputam as mesmas competições. Ou seja, só haverá problema se o Rio Ave jogar a Liga Europa na mesma temporada que o Olympiakos e/ou o Nottingham (o mesmo acontece entre eles). Para isso, o Rio Ave teria de ficar, na temporada que está a começar, nos primeiros 5 lugares do campeonato, o que parece difícil. Saíram muitos jogadores e entraram muitos jogadores e o próprio treinador já pediu tempo para uma completa integração. Os próprios adeptos precisam de tempo para conhecer a ‘nova’ equipa, mas a verdade é que o primeiro jogo oficial é já esta sexta-feira (em Alvalade, frente ao Sporting).
  4. Na última Assembleia um sócio perguntou à presidente se confirmava a demissão do vice-presidente Paulo Calhão, o que Alexandrina Cruz fez, explicando que se deveu a questões profissionais do referido dirigente. Passou um mês e o nome de Paulo Calhão continua na lista dos órgãos sociais que se encontra publicada no site e, pior, não foi feita uma referência nesse mesmo espaço à saída, para agradecer o esforço desenvolvido pelo agora ex-dirigente. Não fosse a pergunta na Assembleia e o assunto parecia segredo. Sem qualquer necessidade
  5. Publicado no jornal a 7 de agosto. Outras opiniões: Romeu Cunha Reis,Miguel Torres,   Pedro Pereira da Silva, e Carolina Vilano.
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