A Igreja Matriz de Vila do Conde foi novamente assaltada, a coberto da noite, e num espaço temporal inferior a duas semanas.

E desta vez os larápios visaram objetos de valor que tinham deixado para trás no início deste mês, sobretudo peças utilizadas na liturgia, que inclusive faziam parte do acervo museológico da paróquia.

Em declarações ao jornal Terras do Ave, o prior Paulo César Dias mostrou-se desolado com a nova investida criminosa, mas está esperançado de que a Polícia Judiciária, que tomou conta do caso, possa reaver alguns dos artigos que estavam devidamente inventariados.

O sacerdote não conseguiu fazer uma estimativa dos prejuízos, mas muitas peças além de serem valiosas enquanto objetos de arte (algumas inclusive em ouro), “têm acrescido um valor afetivo da paróquia que é incalculável”.

Os ladrões voltaram a utilizar máquinas de corte para destruírem portas e barras de ferro, algumas das quais tinham sido colocadas e outras reforçadas na sequência do furto ocorrido há quase 15 dias, na noite de 2 para 3 de julho (de terça para 4.ªfeira).

Tal como então, não houve ninguém que reportasse às autoridades a ocorrência de barulho que os invasores certamente fizeram para conseguir estroncar uma porta secundária da Igreja e, no interior, derrubar diversos obstáculos que tinham sido criados por equipas de serralharia e carpintaria, após o primeiro crime.

Por coincidência voltou a ser a mesma tesoureira e um voluntário a darem conta, na manhã de hoje, do sucedido e, assim, só há a certeza de que o assalto terá ocorrido algures entre as 20 horas de ontem e as 8h00 de hoje.

Há cerca de duas semanas, os assaltantes, levaram dinheiro das caixas de esmolas e de velas assim como lampadários e objetos de culto. O prejuízo estimado rondou os 14 mil euros.

Desta vez, não mexeram nas caixas de esmolas e uma fonte da investigação referiu-nos que tal pode resultar do facto de, a ser o mesmo grupo criminoso, se tratar de um assalto com contornos diferentes, mais direcionado para as peças de arte sacra de cuja existência se aperceberam no primeiro caso.

Nessa linha de raciocínio, terão agido somente agora, após a obtenção de uma garantia de escoamento do produto furtado.

Sobre a falta de um alarme e meios de vídeovigilância, o prior adianta que são meios que estão previstos num plano de segurança do templo, mas a sua concretização (prevista para muito breve) e aplicação num imóvel como a Igreja Matriz não é tão célere como numa casa, ainda para mais tratando-se de um Monumento Nacional que tem procedimentos específicos.

Ainda assim, mostrou-se grato às autoridades policiais e ao município pelo apoio dado neste momento de “grande desânimo” perante o crime, mas que deve merecer “firmeza e oração” dos paroquianos, defendeu.

Esta é uma notícia em atualização.

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